Presos batem em grades de celas e iniciam tumulto no presídio de Uberlândia

Policiais penais usaram armas não letais para conter confusão em ala de integrantes do PCC; detenta colocou fogo em colchão.

Foto: Redes sociais

Um tumulto causado por detentos de uma ala ocupada por integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) foi registrado no Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, nesta terça-feira (2). Os presos bateram nas grades das celas, fizeram ameaças aos agentes e foi necessária a utilização de armas não letais para contê-los. Em outra ocorrência, uma mulher ateou fogo em um colchão dentro da própria cela.

Segundo apurado pelo Diário, a confusão começou no momento em que os presos da ala da facção criminosa estavam saindo para o banho de sol. Seguindo as normas de segurança, os agentes penitenciários precisaram fazer uma intervenção no local, para que não houvesse nenhum tipo de risco.

Foi observado que os detentos não queriam seguir as ordens impostas pelos agentes de segurança. Ao liberar os presos para o pátio, os oficiais repararam que eles estavam utilizando folhas de um caderno para dificultar o campo de visão nos vãos das escadas das camas dentro de uma das celas.

Diante disso, os agentes penitenciários informaram que todas as folhas seriam retiradas. Já no pátio para o banho de sol, os detentos começaram a xingar os oficiais e, em seguida, foi dada continuidade à liberação de presos de outras celas da mesma ala.

De acordo com as informações do sistema prisional, os presos se recusaram a fechar a porta de contenção do pátio após o banho de sol e os agentes então optaram por retornar todos os presos para as respectivas celas. Ao questionar o motivo, eles alegaram que fechar a porta era uma atividade de obrigação dos agentes e que não eram pagos para realizar o serviço.

Após serem informados que se tratava de uma norma de segurança da unidade prisional, os detentos de outras alas teriam começado a xingar os agentes penitenciários e bater nas grades de segurança. Além disso, começaram a obstruir as celas usando colchões e cobertas, além de arremessar garrafas com urina e fezes e objetos de higiene pessoal contra os servidores.

Os detentos ainda teriam utilizado cabos de vassouras como lanças para tentar ferir os agentes e fizeram ameaças de morte contra eles. O Grupo de Intervenção Rápida (GIR) foi acionado para controlar a situação. Os policiais penais usaram gás lacrimogêneo e outras armas de efeito moral para dispersar a confusão.

Um dos disparos com bala de borracha acabou acertando um detento que estava dentro de uma cela. Ele foi atendido e levado à enfermaria, mas teve um ferimento superficial, não precisando de atendimento médico hospitalar.

A Polícia Militar (PM) foi até o local após vídeos sobre o tumulto circularem pelo WhatsApp (assista acima) e constatou que a situação já havia sido controlada internamente, sem a necessidade de intervenção.

FOGO
Ainda nesta terça-feira, outro fato foi registrado no local, porém na ala feminina depois que uma detenta ateou fogo em um colchão dentro da cela. Em um dos vídeos compartilhados na internet, é possível ver a fumaça saindo do local. O fogo foi controlado e ninguém se feriu.

A coordenação de segurança foi até o local após ouvir gritos e perguntou à mulher os motivos pelos quais colocou fogo no material. A autora apenas disse que “estava nervosa”. A PM informou que a presa estaria inconformada por estar sozinha na cela.

NOTA
Questionada sobre o ocorrido, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) afirmou que o caso da detenta não se trata de motim ou rebelião. Em nota, a assessoria esclareceu que a mulher foi encaminhada a uma unidade de saúde no dia anterior, pois apresentava sintomas de cólica renal.

Ela permaneceu sob observação durante 24 horas e, ao retornar ao sistema prisional, conforme procedimento padrão para evitar contaminação por Covid-19 e em razão do deslocamento, ela foi colocada em cela individual para cumprir um período de isolamento.

Sobre o tumulto na ala masculina, a Secretaria informou que teria ocorrido após o fato. “Não concordando com o procedimento, a mesma ateou fogo no próprio colchão. Ela foi retirada da cela e o fogo controlado. Durante essa ação, alguns presos bateram nas grades das celas”, informou a nota.

Com informações Diário de Uberlândia

Comentários