Nesta sexta-feira, dia 20, os trabalhadores da Mitsubishi, de Catalão/GO, entraram no quinto dia de paralisação. Eles permanecem de braços cruzados desde que a greve foi deflagrada na última segunda-feira (16) devido à intransigência da montadora nas negociações da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e de data-base.

A reivindicação dos metalúrgicos não extrapola as condições da empresa e representa o mínimo de valorização aos trabalhadores pelos serviços prestados nos últimos doze meses. Os funcionários cumprem com as suas obrigações diárias na linha de produção e, anualmente, o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT) faz o papel de mediador na mesa de negociação e luta para garantir a reivindicação dos trabalhadores, que é aprovada em assembleia pela maioria. Ao liderar a greve na montadora, o Sindicato está apenas executando a decisão da categoria.

Manter um movimento grevista é difícil e desgastante, porém, foi o último recurso encontrado pelos funcionários para tentar sensibilizar a empresa a apresentar uma proposta decente. O direito de greve é garantido pela lei 7.783 de 1989. O Sindicato e os trabalhadores têm consciência dos transtornos que são causados, mas fazem a greve de forma consciente, responsável e respeitando a legislação vigente.

Os trabalhadores que aderiram à paralisação são verdadeiros guerreiros e devem se orgulhar pela coragem em lutar por melhores salários e a possibilidade de proporcionar uma vida mais digna para suas famílias. A classe trabalhadora não deve se curvar diante das esmolas que o capitalismo oferece. Enquanto as grandes empresas, inclusive as montadoras, faturam milhões por dia, os patrões oferecem migalhas para aqueles que produzem suas fortunas. As riquezas deste País são produzidas pela classe trabalhadora e o movimento sindical tem o dever de lutar de forma aguerrida para estabelecer o mínimo de equilíbrio na relação entre capital e trabalho.

O intuito de todos que participam do movimento de greve não é de prejudicar a empresa, pelo contrário, reconhecemos a importância da montadora para o município e a região e o nosso desejo é para que a mesma continue prosperando, gerando empregos e contribuindo com a economia da nossa cidade.

Todas as melhorias de salário e benefícios existentes atualmente na Mitsubishi são frutos das lutas travadas pelos próprios trabalhadores ao longo dos treze anos de existência do Sindicato.

Nossa expectativa é para mais uma vitória e que irá impactar, positivamente, de forma direta na vida dos metalúrgicos e indiretamente em toda a sociedade catalana, através da injeção de milhões de reais na economia do município.

O SIMECAT continua na tentativa de negociar com a direção da montadora. Na próxima segunda-feira, dia 23, todos os trabalhadores da fábrica devem participar de uma assembleia, às 6 horas, para definir os rumos da greve ou apreciar proposta, caso a empresa apresente até o final de semana.

Na oportunidade, também deixamos a nossa gratidão àqueles que entendem a importância da luta de classes e apoiam a mobilização dos metalúrgicos da Mitsubishi.

Catalão, 20 de outubro de 2017

Documento original em pdf: Nota Oficial SIMECAT – Greve dos trabalhadores na Mitsubishi

Fonte: ASCOM – SIMECAT