Morte de Valério Luiz completa 10 anos, e filha do radialista cobra julgamento dos acusados: ‘Sensação de que nunca vão pagar’

Tamine Oliveira, de 39 anos, estava grávida quando pai morreu: ‘Estava feliz porque ia ser avô’. Após ser adiado pela 4ª vez, júri popular está marcado para 7 de novembro.

(Foto: Reprodução/ TV Anhanguera)

A morte de Valério Luiz completa dez anos nesta terça-feira (5) e uma das filhas do radialista, a empresária Tamine Oliveira, de 39 anos, cobra o julgamento dos acusados, em Goiânia. Ela estava grávida quando o pai morreu e diz que Valério estava feliz porque ia ser avô. Após ser adiado pela 4ª vez, o júri popular dos cinco réus pela morte do radialista foi remarcado para o dia 7 de novembro.

“Acho que nós só vamos ter paz quando eles realmente forem responsabilizados, mas a sensação que temos é de que eles nunca vão pagar”, disse.

(Foto: Tamine Oliveira/Arquivo)

Valério Luiz foi morto a tiros, aos 49 anos, quando saía da rádio em que trabalhava, no dia 5 de julho de 2012.

Segundo o Ministério Público, o crime foi motivado pelas críticas de Valério Luiz à diretoria do Atlético Goianiense, da qual Maurício Sampaio, um dos réus, era vice-diretor. Atualmente, ele é vice-presidente do Conselho de Administração (veja abaixo quem são os réus).

(Foto: Reprodução)

O julgamento chegou a começar, no dia 13 de junho deste ano, mas foi adiado no dia seguinte após um jurado passar mal e sair sem permissão do hotel onde estava isolado. Com isso, o júri foi dissolvido e toda sessão terá de recomeçar desde o início novamente.

Tamine conta que acompanhou o primeiro dia de julgamento pela internet. Ela conta que, após o quarto adiamento, voltou a sentir a sensação de impunidade. Agora, com a nova data marcada para 7 de novembro, ela espera que os culpados paguem pelo crime.

“Eu espero que o julgamento aconteça, mas a sensação é que, mesmo se eles forem responsabilizados, vamos continuar com a sensação de injustiça, porque a vida do meu pai não volta. Aquilo que era de maior valor, de qualquer forma, foi perdido”, disse.

(Foto: Arquivo pessoal/Tamine Oliveira)

Tamine estava grávida na época do crime. O primeiro neto de Valério Luiz nasceu um mês depois do assassinato. O então futuro avô estava muito feliz com a gravidez, segundo a empresária, e teria confidenciado a emoção para pessoas mais próximas

“Ele entrou em contato comigo falando que estava muito feliz porque ia ser avô. Todo mundo chegava em mim e falava ‘nossa, ele estava muito feliz’. Meu filho nasceu um mês depois da morte”, disse.

(Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Os cinco acusados do crime são:

Maurício Sampaio, apontado como mandante;

Urbano de Carvalho Malta, acusado de contratar o policial militar Ademá Figueiredo para cometer o homicídio contra o radialista;

Ademá Figueiredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos que mataram Valério;

Marcus Vinícius Pereira Xavier, que teria ajudado os demais a planejar o homicídio do radialista;

Djalma Gomes da Silva, que teria ajudado no planejamento do assassinato e também atrapalhado as investigações.

Adiamentos

23 de junho de 2020: O júri foi adiado pela primeira vez em razão da pandemia de Covid-19. A suspensão de todos os julgamentos foi uma determinação do Conselho Nacional de Justiça.

14 de março de 2022: O advogado que defendia Maurício Sampaio deixou o caso. Com isso, foi necessário adiar o julgamento para que um novo defensor fosse nomeado e tomasse conhecimento do caso.

2 de maio de 2022: Os advogados de Maurício Sampaio abandonaram o plenário alegando que o juiz Lourival Machado não era imparcial para presidir a sessão. Os recursos apresentados sobre esse fato foram todos negados.

14 de junho de 2022: Um jurado passou mal no segundo dia de julgamento e, com isso, o júri foi dissolvido.

Com informações G1 Goiás.

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