Mineradora testa sirenes que alertam moradores em caso de rompimento de barragem em Catalão

A mineradora Mosaic está testando um sistema de alarme sonoro para alertar a população em caso de rompimento de barragens em Catalão, na região sudoeste de Goiás. As sirenes foram instaladas em torres e podem ser ouvidas a um raio de até 15 km. A colocação dos equipamentos faz parte de uma portaria determinada pelo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), após o desastre que matou 19 pessoas em Mariana.

“É uma medida exclusivamente preventiva, que tem como caráter principal assegurar e garantir que qualquer situação de emergência a gente consiga evacuar da área em uma posição adequada e sem riscos para a comunidade”, disse um dos representantes da empresa.

As sirenes foram instaladas em três locais diferentes de Catalão. Os equipamentos foram colocados em fazendas que ficam em áreas que podem ser atingidas por lama caso ocorra rompimento da barragem que abriga os rejeitos de uma mineradora.

Além do sinal sonoro, o teste emite a mensagem: “Atenção, moradores. Não precisam abandonar suas residências”. Os funcionários da empresa também estão visitando a população da região e explicando como o sistema funciona.

A aposentada Áurea Arruda lembra com medo de 2004, quando a barragem não suportou o volume de chuvas, se rompeu e a lama invadiu fazendas e casas da região. Ninguém morreu em virtude do acidente, mas o susto, segundo ela, ainda existe.

“A comunidade já é meio medrosa por causa de um rompimento que teve há uns anos atrás, pelo menos a comunidade não vai ser surpreendida durante uma emergência”, disse.

Desastre em Mariana

A barragem de Fundão se rompeu no dia em novembro de 2015, destruindo o distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, e atingindo várias outras localidades. Os rejeitos também atingiram mais de 40 cidades do Leste de Minas Gerais e do Espírito Santo. O desastre ambiental, considerado o maior e sem precedentes no Brasil, deixou 19 mortos.

Para o tenente Ricardo Mundim, do Corpo de Bombeiros, o desastre em Mariana serviu de alerta para a mudança na segurança das áreas que vivem sob o mesmo risco, como a região de Catalão.

“Aquela ocorrência em Mariana foi um marco divisor, onde aumentou a preocupação das autoridades e, consequentemente com esta edição desta portaria, aumentando a cobrança das empresas”, destacou.

Após o período de testes do alarme sonoro, as mineradoras deverão fazer a simulação de um plano de evacuação de toda a região.

Fonte: G1

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