Com vantagem rubro-negra, Goiás e Atlético-GO decidem título do Campeonato Goiano de 2023

Goiás e Atlético-GO decidem o Estadual e, como protagonistas, dão sequência à nova ordem no cenário goiano, de decidir os títulos locais nos estádios próprios dos clubes. Dragão está em vantagem após vencer a ida por 2 a 0, no Accioly

(Foto – Rosiron Rodrigues / Goiás)

Até cinco anos atrás, quando se falava de final do Campeonato Goiano, todos os caminhos levavam ao Serra Dourada, principal praça do futebol goiano por décadas. Essa realidade mudou nos últimos anos e uma nova era tem ganhado força com a predileção dos clubes por mandar seus jogos nos estádios particulares. Um novo capítulo dessa nova ordem estadual começou a ser escrito no Estádio Antônio Accioly, domingo passado, e vai terminar neste domingo (9), às 16 horas, quando a bola rolar para o clássico entre Goiás e Atlético-GO no Estádio Hailé Pinheiro, casa esmeraldina.

No Accioly, o Atlético-GO venceu por 2 a 0, gols de Luiz Fernando e Rodrigo Soares, e alcançou vantagem. Pode até perder por um gol de diferença para ser campeão na Serrinha e levantar sua 17ª taça do Goianão. O Goiás precisa ganhar por três de diferença para erguer a 29ª taça estadual de sua história. Se vencer por diferença de dois gols, o campeão será conhecido em disputa de pênaltis.

Inaugurado em março de 1975, o Serra Dourada foi a casa da decisão do Campeonato Goiano por mais de 40 anos. Foram raras as exceções ao longo desse período. Antes, a principal competição do futebol local tinha como seu palco principal o antigo Estádio Olímpico, lugar projetado para ser o berço do futebol na recém- criada capital goiana.

Entre 1975 e 2018, apenas quatro campeonatos estaduais não foram decididos no Serra Dourada. O Atlético-GO foi campeão, em 1988, no Estádio Jonas Duarte, na última rodada do quadrangular final. Em 1999, o Goiás foi campeão no Estádio Hailé Pinheiro ao golear o Itumbiara, por 5 a 2. Naquele ano, o campeonato era disputado no sistema por pontos corridos. Em 2004, o Crac foi campeão em casa, no Estádio Genervino da Fonseca, em Catalão, enquanto o Dragão levantou a taça em Santa Helena, no Estádio Pedro Romualdo Cabral, em 2010.

(Foto – Rosiron Rodrigues / Goiás)

O último time a levantar uma taça do Goianão no Serra Dourada foi o Goiás, ao derrotar a Aparecidense em 2018. Foi nesse palco que o time esmeraldino levantou também as outras três taças que formaram o tetracampeonato entre 2015 e 2018. De lá para cá, o estádio não foi mais utilizado em finais e chegou a ficar sem jogos oficiais por dois anos.

Os clubes de Goiânia passaram a ter o Olímpico como uma opção, mas se voltaram aos estádios particulares como suas casas principais. O Atlético-GO reformulou o Accioly, e o Goiás ampliou e modernizou a Serrinha.

O movimento parece ser um caminho sem volta. Os torcedores se mostram cada vez mais identificados com os estádios próprios dos seus clubes, enquanto o Serra Dourada vive um momento de decadência e com gargalo que o impede de sediar jogos da Série A do Campeonato Brasileiro.

Além disso, a questão da torcida única em clássicos estaduais reforça o desejo dos clubes de utilizarem seus estádios. Tanto o Accioly quanto a Serrinha funcionam como um ambiente de maior pressão sobre times adversários com torcida única e a proximidade que os torcedores têm do campo.

Neste período pós-Serra Dourada, o primeiro local a abrigar a final do Goiano foi o Olímpico, no Estadual d e2019, vencido pelo Atlético-GO. Na edição seguinte, marcada pela pandemia da Covid-19, o Atlético-GO foi campeão no Accioly sobre o Goianésia, em decisão disputada em jogo único. Na temporada seguinte, em 2021, foi a vez do Estádio Onésio Brasileiro Alvarenga, casa do Vila Nova, ser palco da decisão, vencida pelo Grêmio Anápolis, nos pênaltis.

Na última edição do torneio, a finalíssima do Goiano mudou de endereço para o Setor Bela Vista, na Serrinha, algo que volta a ocorrer agora. Na temporada passada, a festa foi atleticana com vitória por 3 a 1 sobre o rival esmeraldino com o estádio recebendo recorde de público. Na ocasião, a decisão tomada pela Federação Goiana de Futebol (FGF) foi realizar a cerimônia de premiação no Accioly. Desta vez, será diferente e a festa de 2023 será realizada na Serrinha, independentemente de quem seja o vencedor.

Com esse novo momento do futebol goiano, com os clubes preferindo jogar as finais em seus estádios particulares, a disputa pela liderança geral do torneio ficou acirrada. Isso porque o 1º colocado tem a vantagem de realizar o jogo da volta como mandante. Nesta temporada, Goiás e Atlético-GO ficaram separados por apenas um ponto somadas as três fases que antecederam a final do Goianão.

Além de marcar um novo momento, as decisões em campos particulares servem também de ingrediente para as rivalidades. Em 2022, o Atlético-GO foi campeão na Serrinha e isso gerou provocações do presidente do clube, Adson Batista, que depois foram rebatidas pelo presidente do Goiás, Paulo Rogério Pinheiro.

(Foto – Rosiron Rodrigues / Goiás)

As diretorias de Goiás e Atlético-GO dificilmente cogitam um retorno ao Serra Dourada, exceto em casos em que os regulamentos das competições não permitam que jogos sejam disputados nos estádios particulares por motivo de capacidade de público. Isso ocorreu com o Atlético-GO, que precisou fazer jogos das fases avançadas da Copa Sul-Americana no Serra Dourada. O mesmo pode ocorrer com o Goiás caso o clube avance na competição continental.

Embora exista discussão nas redes sociais sobre jogos na Serrinha ou no Serra Dourada, sobretudo em partidas de maior apelo de público, o Goiás não pretende usar o estádio a curto prazo. O clube tem buscado melhorar a experiência dos torcedores em seu estádio e trabalha na ampliação dos bares. O presidente Paulo Rogério Pinheiro revelou que o lucro que o clube tem com os bares nos jogos supera a renda de bilheteria.

Com informações O Popular. (Adaptada)

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