Trabalhadores Catalanos participam do Dia de Greve Geral no Brasil

Há 100 anos atrás, no dia 28 de abril de 1917, acontecia a primeira grande greve geral de trabalhadores no Brasil. O fato histórico se repete, na mesma data, pelo Brasil afora e, os trabalhadores catalanos aderem a esse movimento de mobilização nacional contra as reformas trabalhista e da previdência em tramitação no Poder Legislativo federal.

Hoje, antes do alvorecer, milhares de trabalhadores reuniram em pontos estratégicos de Catalão. Na entrada para o DIMIC (Distrito Mínero-Industrial de Catalão), aglomerou-se trabalhadores das empresas sediadas neste local; já na área de acesso as mineradoras (Vale Fertilizantes e CMOC), concentraram os trabalhadores destas empresas, bem como das terceirizadas do setor minerador.

A partir das 07 horas, professores da rede estadual e municipal concentraram no pátio do Posto JK e professores e estudantes da rede federal, na UFG. O trabalhadores do setor bancário estatal (Caixa e Banco do Brasil) e camponeses também aderiram à paralisação. Estabelecimentos comerciais como Magazine Luiza, Ricardo Eletro e Novo Mundo mantiveram suas portas fechadas nesta manhã, em reconhecimento à legitimidade da manifestação.

Os trabalhadores deslocaram dos diversos pontos de concentração e dirigiram-se de forma pacífica à Praça Getulio Vargas, na área central de Catalão, realizando um ato político de luta pela permanência de direitos já conquistados.

O que se viu, em geral, foi uma manifestação tranquila e consciente, na qual centenas e centenas de trabalhadores, sejam do campo ou da cidade, exigem de forma unida a manutenção de direitos trabalhistas e previdenciários legalmente constituídos ao longo de anos de lutas coletivas e que estão sendo modificados pela atual reforma da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), cuja aprovação na Câmara dos Deputados se deu no último dia 26 de abril de 2017 e agora segue para o Senado.

Dentre as perdas de direitos, destacam-se: 1) o direito a férias em até 2 períodos poderá ser dividido de até 3 etapas; 2) a carga horária diária de 08 horas e até duas horas extras passa para até 12 horas ininterruptas, com direito de 36 horas de descanso; 3) atualmente as convenções e acordos coletivos conferirem ao trabalhador condições a um patamar superior ao que está previsto na lei, com a nova proposta essa negociação pode ser direta entre empresa e trabalhador; 4) Mulheres grávidas ou lactantes são proibidas de trabalhar em lugares com condições insalubres, com a reforma elas podem trabalhar em tais ambientes, respaldas apenas em um atestado médico, que garanta que não há risco ao bebê nem à mãe. Esses são apenas alguns pontos polêmicos.

Ainda, a Reforma da Previdência, em tramitação em comissão especial na Câmara dos Deputados, também apresenta pontos polêmicos, dentre eles: aumento no tempo de contribuição para aposentar, acúmulo de pensão e aposentadoria, revisão na idade mínima para homens e mulheres para aposentadoria integral em diversas profissões, dentre outros.

Em tempo, durante a manifestação no pátio de uma das mineradoras, ocorreu um acidente contra um trabalhador grevista, que foi encaminhado para atendimento médico-hospitalar.

Por:
Profª Dra. Magda Valéria da Silva
Docente na Unidade Acadêmica Especial Instituto de Geografia e Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Geografia- UFG/Regional Catalão
Programa de Pós-Graduação Stricto sensu em Ambiente e Sociedade- UEG/Morrinhos

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