Semana Nacional do Trânsito: como evitar acidentes e exercer a cidadania no trânsito

Acidentes automobilísticos mataram 975 pessoas em Goiás entre janeiro e setembro; psicólogo social dá orientações aos motoristas para reduzir o número de acidentes nas vias

Motociclista foi atingido por caminhão na Avenida Professora Minervina Cândida de Oliveira, em Uberlândia (Foto: Stanley Matias/G1)

Os acidentes automobilísticos são uma das principais causas de mortes e de internações no Brasil. As ocorrências nas vias urbanas levam cerca de 45 mil pessoas à óbito por ano, segundo dados do Ministério da Saúde. Só em Goiás, foram registrados 66.127 acidentes com 975 mortes entre janeiro e setembro deste ano, como divulga o Departamento Estadual de Trânsito de Goiás (Detran-GO).

Os acidentes podem ser causados por várias razões, como falta de atenção durante a condução, velocidade incompatível e desobediência às normas de trânsito. Para o doutor em Psicologia Social e professor do curso de Psicologia do Centro Universitário Una – que integra a Ânima Educação –, Saulo Magalhães, esses comportamentos são gerados, por via de regra, quando os motoristas colocam as prioridades individuais acima das prioridades dos outros.

“Nesse cenário, o motorista importa as suas prioridades internas, por exemplo: ‘eu devo chegar rápido porque estou atrasado’, ‘eu não posso esperar porque senão vou ser prejudicado’ ou ‘vou encontrar um jeitinho para que eu pegue um caminho com menos trânsito’”, explica o professor. Tudo isso acontece quando as prioridades individuais são colocadas em cena e invalidam as orientações coletivas”.

Além disso, com a escassez de tempo e a indispensabilidade da tecnologia na sociedade contemporânea, um item que se destaca é o uso do celular no volante, terceira maior causa de mortes no trânsito no Brasil. Para Magalhães, os seres humanos se tornam cada vez mais dependentes da tecnologia para se comunicar, marcar compromissos e desenvolver a vida prática e isso acaba se fundindo com outro fator: o controle.

“O motorista controla o carro, mas, como depende da tecnologia, ele se desafia a conduzir o volante ao mesmo tempo em que supre a sua dependência, a sua necessidade de tecnologia”, explica o psicólogo. “Com isso, ele se autoriza a ter, durante o deslocamento, uma mão no volante e a outra no celular – e isso torna tudo muito desafiador”.

Os problemas se agravam quando os motoristas têm dificuldades com o gerenciamento de emoções, como a raiva. “Existe uma relação muito simbiótica, quando o motorista coloca as mãos no volante, de poder: na ordem do inconsciente, ele tem o controle. Então, se ele tem o poder e o controle e está angustiado, com raiva ou impaciente por questões da vida, isso acaba sendo traduzido ali no volante”, reflete Magalhães E, em um cenário como esse, a presença do motorista cidadão é necessária para um tráfego consciente.

Cidadania no trânsito

Para reduzir o número de acidentes e promover a cidadania no trânsito, os motoristas devem adotar algumas atitudes no dia-a-dia. A primeira delas é se conscientizar de que o motorista não está sozinho na rua – pelo contrário, o trânsito é composto por outras pessoas e ele depende muito do fluxo e do movimento do outro.

“O motorista precisa compreender que o trânsito não diz respeito somente ao eu, mas ao outro. Ele precisa se organizar com seus horários, entender que a vida é arte do possível e se comprometer com uma compreensão de que vivemos em sociedade. Esse outro tem um fluxo diferente do meu, então, eu vou precisar me adequar a isso também”, indica o professor.

Outra lição é se conscientizar que não é possível controlar um veículo e responder as demandas do celular ao mesmo tempo. Então, se for muito necessário atender uma ligação ou enviar uma mensagem, o ideal é estacionar. Para Magalhães, isso é um hábito que se cria. “Assim como a gente criou o hábito de ter uma mão no volante e a outra no celular, a gente pode recriar o hábito de não usar o celular enquanto o carro estiver em movimento”, defende.

Já para aqueles que têm dificuldades com o gerenciamento das emoções no trânsito, estes podem refletir como e por quê os desafios enfrentados no dia-a-dia têm sido traduzidos para pedal, acelerador, freio e volante. Para isso, o apoio psicológico é fundamental.

“O motorista cidadão afirma as virtudes e os princípios de uma vida em sociedade: ele sabe que vai precisar ceder, dar passagem, parar. Ele se apropria de uma ideia de que existem algumas prioridades para um bom trânsito das quais ele não pode se isentar, como respeitar o pedestre, o sinal vermelho, o limite de velocidade… Então, todo motorista precisa muito ter a consciência ampliada, digamos assim, daquilo que está acontecendo ao seu redor”, finaliza.

Sobre a Una

Com mais de 60 anos de tradição em ensino superior, o Centro Universitário Una, que integra o Ecossistema Ânima – maior e mais inovador ecossistema de qualidade de ensino do Brasil, oferece mais de 130 opções de cursos de graduação. Foi destaque na edição 2022 do Guia da Faculdade, iniciativa da Quero Educação com o jornal ‘O Estado de São Paulo’, com diversos cursos estrelados em 4 e 5 estrelas. A instituição preza pela qualidade acadêmica e oferece projetos de extensão universitária que reforçam seus pilares de inclusão, acessibilidade e empregabilidade, além de infraestrutura e laboratórios de ponta, corpo docente altamente qualificado e projeto acadêmico diferenciado com uso de metodologias ativas de ensino. A Una também contribui para democratização do Ensino Superior ao disponibilizar uma oferta de cursos digitais com diversos polos de educação.

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