Sessão solene extraordinária em homenagem às Santas Casas de Catalão, Anápolis, Goiânia e Buriti Alegre e de entrega de Certificado do Mérito Legislativo

Servidores e voluntários das Santas Casas de Catalão, Anápolis, Goiânia e Buriti Alegre receberam o Certificado do Mérito Legislativo em sessão solene proposta pelo deputado Antônio Gomide (PT). A solenidade, no Plenário Iris Rezende Machado, foi realizada na noite dessa terça-feira, 29.

A homenagem dignificou pessoas que dedicam suas vidas a salvar milhares de outras vidas e, ainda, reconheceu uma instituição secular, de atendimento filantrópico à saúde, especialmente de pessoas mais pobres. A sessão solene condecorou servidores, desde os mais humildes como cozinheiros e maqueiros até os mais graduados, como médicos e gestores.

Antes do início da solenidade, a música suave de Muth Lopes e da cantora Meimei ecoou no salão com grandes clássicos da Música Popular Brasileira (MPB).

Além de Gomide, que comandou a solenidade, compuseram a Mesa Diretiva: o arcebispo auxiliar de Goiânia e vice-presidente da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia (SCMG), Dom Levi Bonatto, o secretário-geral da Sociedade Goiana de Cultura, Volmir Amado, a reitora da Pontifícia Universidade Católica Goiás (PUC-Goiás), Olga Izilda Ronchi, a superintendente-geral e o superintendente administrativo da SCMG, Irani Ribeiro de Moura e Irondes de Morais, e o provedor da Santa Casa de Anápolis, Padre Clayton Bergamo.

Após a execução do Hino Nacional o Grupo de Canto Dona Gercina Borges entoou o Hino das Santas Casas de Misericórdia.

Histórico

O anfitrião deu início aos discursos, traçando, inicialmente, um histórico das Santas Casas de Misericórdia, desde a primeira fundada em Portugal, em 1498, pela rainha dona Leonor, passando pelas pioneiras instituições abertas no Brasil, em Olinda (PE), em 1539, e em Santos (SP), no ano de 1543, chegando até à abertura das Santas Casas em Goiás, em Goiânia, três anos após o lançamento da pedra fundamental da nova capital; e depois em Catalão e Buriti Alegre e, há 75 anos, na cidade de Anápolis.

Antônio Gomide ressaltou que as instituições espalhadas por todo o Brasil prestam serviços essenciais na área de saúde e têm sido responsáveis por salvar milhares de vidas, ao longo de todo o tempo de existência. Ele afirmou que a instituição foi a primeira organização não governamental (ONG) do mundo, pois foi instituída com a participação do estado, da igreja e dos leigos, que se associaram com a missão de atender os doentes, os mais necessitados e os excluídos daquele momento.

O legislador lembrou a importância do professor José Luciano da Fonseca para a instituição. Fonseca teve dois mandatos de deputado estadual em Goiás e como presidente da Sociedade São Vicente de Paula dedicou sua vida à construção da nova sede da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia.

E citou também a “nobre tarefa de formar novos profissionais”, que as Santas Casas assumiram ao firmar convênio com a PUC Goiás, para oportunizar aos estudantes de medicina e enfermagem, aprender na prática, os ensinamentos adquiridos nos bancos da faculdade.

“Para além do reconhecimento dos serviços prestados, vamos lutar aqui nessa Casa, juntamente com os demais deputados para que as Santas Casas de Goiás sejam prestigiadas também nos orçamentos, seja do município, do Estado, seja da União, de modo que tenhamos recursos para desenvolver nossas atividades. São muitas as obras e muitos serviços prestados. Aos homenageados da noite, nosso muito obrigado”, disse o parlamentar.

Ao encerrar seu discurso, Gomide convidou o Grupo de Canto Dona Gercina a se apresentar novamente.

Compaixão

Ao fazer uso da palavra, o secretário-geral da Sociedade Goiana de Cultura, Volmir Amado, falou da gratidão aos que precederam na direção das Santas Casas e aos lembrados com a homenagem. “Pessoas que sabem ter compaixão, que desenvolvem a ética do cuidado, que entregam senão um dia, dois, uma semana, duas, mas uma vida, diversas vidas, entregues, doadas, generosamente pela vida de muitos. Com inteligência, com afeto, com preparo, com competência, com trabalho. Então é uma homenagem muito reconhecida”, afirmou.

O provedor da Santa Casa de Misericórdia de Anápolis, Padre Clayton Bergamo, considerou o evento da noite como um ato de justiça, porque trouxe para a homenagem as pessoas que sabem como a vida é, que na ponta sabem o que é fazer uma Santa Casa funcionar, tanto na gestão, quanto no operacional.

O gestor comparou a atividade dos colaboradores das santas casas ao bom samaritano da parábola bíblica, que limpa as feridas, deita o óleo para aliviar a dor, que cuida dos pessoas, que segundo ele, na maioria das vezes, são pobres, que não teriam nenhuma possibilidade acesso à saúde em outra instituição. “Então, Gomide, muito obrigado, de verdade. É uma alegria e enche nosso coração de esperança, de tempos cada vez melhores. Deus lhes pague”, finalizou Bergamo.

Em seguida, a superintendente-geral da SCMG, Irani Ribeiro de Moura, discursou na solenidade. Ela afirmou que estava muito feliz de ver os médicos e colaboradores sendo lembrados para uma homenagem. A gestora criticou os valores recebidos pelas consultas e procedimentos realizados pelas Santas Casas de Misericórdia e disse ainda esperar que a solenidade sirva para dar visibilidade às lutas das instituições. “Nós precisamos sair dessa tabela SUS [Sistema Único de Saúde] de 25 anos atrás.”

Por fim, Irani parabenizou os colegas homenageados, que segundo ela, trabalham para salvar vidas. “Agradecemos a todos pela presença. E dizer mais uma vez que nossa missão continua, nossa missão é árdua, porém Deus está no céu, nos protegendo, nos dando saúde e a cada dia aumentando a nossa fé, porque se estamos em uma Santa Casa é porque viemos neste mundo para salvar vidas.”

Reconhecimento

A reitora da PUC, Olga Izilda Ronchati, agradeceu ao deputado Antônio Gomide pelo gesto de reconhecimento do papel das Santas Casas com a homenagem às instituições e especialmente as pessoas que constroem o cotidiano das unidades. “O deputado reconhece a grandiosidade dos serviços que essas instituições prestam à saúde pública no Brasil.”

Olga destacou o papel estratégico das Santas Casas nas políticas públicas de saúde, especialmente, no atendimento aos mais necessitados e na educação para a saúde. “Parabéns aos senhores e senhoras homenageados. Às Santas Casas homenageadas, a gratidão da PUC Goiás por poder compartilhar com vocês também esse aspecto importante de formação para os profissionais da saúde”, agradeceu a reitora.

O último a fazer uso da palavra foi o vice-presidente da Santa Casa de Misericórdia de Goiânia, Dom Levi Bonatto. Após agradecer a homenagem feita à instituição, ele reiterou que as Santas Casas estão de portas abertas para acolher a todos, mas principalmente os mais pobres. E por isso a importância de se manter as instituições atendendo, mesmo diante de todas as dificuldades financeiras.

O religioso ressaltou o espírito da maioria dos funcionários, que trabalham com a alegria de servir ao próximo. “A Santa Casa é assim: por um lado serve os que lá buscam para fazer um tratamento de saúde, para fazer um procedimento, as pessoas saem contentes de lá. Mas também contentes estão aqueles que trabalham lá, aqueles a quem é oferecida a possibilidade de fazer esse serviço aos demais.”

Após a entrega dos Certificados do Mérito Legislativo aos homenageados a sessão solene foi encerrada.

 A SANTA CASA DE CATALÃO

A Santa Casa de Misericórdia de Catalão foi fundada no dia 19 de janeiro de 1949 e inaugurada em 20 de agosto de 1959. A fundação se deu com a reunião de pessoas de diversos segmentos da sociedade, no Fórum de Catalão, lideradas pelo então prefeito da época João Neto de Campos. A aquisição do terreno foi feita com doações de fazendeiros da região.

A fundação da Santa Casa teve como objetivo, criar um hospital que desse atendimento médico hospitalar a uma população estimada em 15.000 habitantes e, principalmente, as pessoas carentes, impossibilitadas de procurar assistência médica em outra cidade.

O deputado federal da região, Galeno Paranhos, conseguiu a verba para iniciar a construção, com a planta física obtida do Ministério da Saúde, previsto para 50 leitos. A verba inicial deu para construir o pavimento térreo do hospital. O restante da construção até a inauguração foi conseguido com verbas federais, por meio dos deputados federais: Galeno Paranhos, Wagner Estelita Campos e Benedito Vaz.

A infraestrutura da Santa Casa evolui e melhora a cada ano, atualmente, a capacidade física operacional possui: 163 leitos; Centro cirúrgico totalmente equipado e com 4 salas; Berçário patológico; Maternidade com alojamento conjunto; Unidade Intermediária cirúrgica com 2 leitos; 30 apartamentos; 56 Enfermarias; Pediatria humanizada; Brinquedoteca; Raios-x; Mamografia; Ultrassonografia; Laboratório de análises clínicas; Pronto socorro; Sala de eletrocardiograma e teste ergométrico; Sala de exames de gestante; 28 Consultórios; Lactário; Sala de conferências; UTI; Tomografia; Endoscopia e demais salas de apoio e manutenção da instituição.

A Santa Casa é administrada por uma diretoria totalmente voluntária sem nenhum tipo de remuneração, eleita a cada 2 anos pelo conselho geral. Ao longo de sua história já contou com 12 provedores, atualmente o 13º provedor, Dr. Agnaldo Antônio Rodrigues Filho, médico, é quem está à frente para ajudar em seu crescimento e desenvolvimento.

Com um caráter filantrópico e sem fins lucrativos, a Santa Casa de Misericórdia de Catalão tem por objetivo atender pacientes de todos os níveis econômicos e sociais, destinando 60% de seus serviços e atendimentos aos pacientes do SUS e o restante a outros convênios e particular. Como entidade filantrópica, sobrevive com seus recursos oriundos de convênios com planos de saúde, o SUS e a Prefeitura de Catalão.

Atualmente é reconhecida como hospital referência para Catalão e região, atendendo aproximadamente 200 mil pessoas por ano. Em média anual, o hospital realiza cerca de 7 mil internações; 65 mil atendimentos no Pronto Atendimento, Ortopedia, Ambulatório e Unidade de Urgência e Emergência; 26 mil exames da Área Diagnóstica: Raios-X, Mamografia, Laboratório, Eletrocardiograma, Ultrassonografia; somando cerca de 100 mil pessoas atendidas, atendendo uma média de 300 pessoas por dia.