Produção de carne pode aumentar 30% em Goiás

Ampliação das exportações para China e Sudeste Asiático gera expectativa de maior volume de abates.

leganda foto Tasso José Jayme, presidente da Sociedade Goiana de Pecuária: tendência é de melhora nos preços (Foto: Diomício Gomes / O Popular)

A ampliação das importações de carne bovina pela China e por vários países do Sudeste Asiático deve fazer com que Goiás eleve em até 30% seu volume de abates nos próximos anos. A estimativa é do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados no Estado (Sindicarne-Goiás), que informa que algumas indústrias exportadoras já investem para ampliar sua capacidade de produção. Mas os pecuaristas advertem que o aumento da produção ainda dependerá da evolução dos preços pagos pela arroba no mercado.

Com o alto potencial produtivo e competitividade do agronegócio brasileiro, o País já é apontado como provável fornecedor neste aumento da demanda mundial. Hoje, Goiás abate mais de 3 milhões de cabeças de gado por ano, mas as indústrias instaladas no Estado ainda estão trabalhando abaixo de sua capacidade. “Os empresários locais devem investir nas atuais ou até em novas plantas para atender estes mercados”, alerta o presidente do Sindicarne-Goiás, Leandro Stival.

Ele dá o exemplo da unidade da JBS de Mozarlândia, que passará a operar com 100% de sua capacidade e ainda será ampliada em 30%. O motivo é a perspectiva de aumento das importações de carne bovina por países como China, Singapura, Indonésia, Vietnã e Coreia do Sul. “Apesar de muitos destes países serem pequenos, são emergentes, com uma economia crescente, e suas populações tendem a migrar para o consumo de outras proteínas, além do peixe”, explica Leandro.

Ele lembra que na China o consumo per capita de carne bovina ainda é de apenas 5,1 quilos por habitante ao ano e não chega nem a meio quilo na Indonésia, enquanto está próximo dos 38 quilos no Brasil. “Daí, é possível ver o tamanho deste potencial. Na China, um aumento de 1% já seria um volume gigantesco, difícil de atender”, adverte. O presidente do Sindicarne-Goiás participa, na Alemanha, de uma das maiores feiras mundiais do setor: a Anuga 2019.

As exportações brasileiras de carne bovina já cresceram 20% este ano. Segundo Leandro, a estimativa é de que o Brasil eleve a participação de suas exportações de carne 18% para 23%. Para isso, as plantas produtoras devem passar por adequações. “A unidade do Minerva, em Palmeiras de Goiás, que acaba de ser habilitada para exportar para a China, também deve ampliar sua produção”, prevê Leandro.

O Minerva informou que, como forma de explorar oportunidades comerciais na China, em particular na exportação e distribuição de carne bovina, celebrou memorando de entendimento junto a dois empresários chineses para a constituição de uma joint venture. O objetivo é maximizar seus canais de distribuição na China, permitindo novas oportunidades de negócios para atender à crescente demanda por proteína no país, que responde por 15% do consumo global de carne bovina.

Segundo a empresa, a abertura de mercado para a Indonésia e a habilitação de cinco de suas plantas para exportação ao país, incluindo a de Palmeiras de Goiás, representam uma excelente oportunidade. Com 260 milhões de habitantes, o país se destaca como um dos maiores mercados consumidores de carne Halal (muçulmanos) no mundo. Em 2018, a Indonésia foi responsável pela importação de cerca de 150 mil de toneladas de carne bovina.

A JBS informou que o número de colaboradores da Friboi nas três plantas localizadas em Goiás, saltou de 3,5 mil em janeiro de 2018 para 4,5 mil em julho deste ano, sendo que 650 oportunidades foram geradas somente este ano. A expansão na oferta de vagas está relacionada ao crescimento de demanda no mercado interno e nos países de destino da proteína goiana.

A empresa informou ainda que, para atender a demanda dos mais exigentes mercados, investe na modernização das suas unidades. “Entre 2017 e 2018, foram investidos cerca de R$ 160 milhões nas instalações em Goiás. Até o fim de 2019, serão mais R$ 76,8 milhões em investimentos”, diz a nota.

Fonte: O Popular

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