Pela primeira vez na história do Brasil, dois presos conseguiram fugir de um presídio federal de segurança máxima

Os dois presos que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte, na manhã desta quarta-feira (14) são ligados a facção criminosa Comando Vermelho

Os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento (Foto: Reprodução)

Dois presos escaparam do presídio destinado a detentos de alta periculosidade em Mossoró, no Rio Grande do Norte, marcando a primeira fuga do tipo desde a implementação do Sistema Penitenciário Federal, em 2006, e o primeiro desafio em grande escala do novo ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski.

Segundo o Ministério da Justiça, o secretário André Garcia, da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen), estava a caminho de Mossoró nesta quarta-feira “para investigar os fatos e apurar as responsabilidades do ocorrido”.

A pasta também acionou a Polícia Federal e a Polícia Rodoviária Federal, que adotaram medidas para a recaptura dos foragidos e a apuração das circunstâncias da fuga, acrescentou a pasta.

Integrantes de uma facção criminosa, os fugitivos foram identificados como Rogério da Silva Mendonça, de 36 anos, e Deibson Cabral Nascimento, 34 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”. Esta é a primeira fuga de presídio de segurança máxima registrada na história do Brasil. Os dois presos são naturais do Acre e estavam na penitenciária de Mossoró desde o dia 27 de setembro de 2023. Os dois homens são ligados ao Comando Vermelho e foram transferidos ao presídio de Mossoró após se envolverem em uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco. A rebelião resultou na morte de cinco detentos, três deles decapitados.

O Sistema Penitenciário Federal (SPF) foi implementado em 2006, estabelecendo um regime de execução penal voltado ao combate do crime organizado. O sistema foi concebido na intenção de isolar lideranças criminosas e presos de alta periculosidade.

O SPF conta com cinco penitenciárias federais classificadas como presídios de segurança máxima. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública, essas prisões possuem sistema de vigilância avançado que conta com captação de som ambiente e com o monitoramento de vídeo, e o material de vigilância das penitenciárias é replicado, em tempo real, para a sede da Senappen em Brasília.

A segurança pública tem se mostrado um problema persistente tanto para o governo federal quanto para os Estados, principalmente quando se trata do crime organizado e do narcotráfico.

Ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Lewandowski assumiu a pasta da Justiça e Segurança Pública no início desde mês no lugar de Flávio Dino, que assumirá uma cadeira no STF.

Sobre os fugitivos

Rogério da Silva Mendonça – Conhecido como Querubin, tem 35 anos e estava preso desde setembro de 2023 no presídio de Mossoró. Natural de Rio Branco, no Acre, ele foi transferido para o Rio Grande do Norte após uma rebelião no Presídio Antônio Amaro Alves, em Rio Branco, em julho do ano passado.

Deibson Cabral Nascimento – Conhecido Tatu, também é do Acre, nascido na cidade de Brasileia. Tem 33 anos e também estava no presídio de segurança máxima de Mossoró desde 2023. Foi transferido de Rio Branco no mesmo grupo de Rogério, após tramarem a rebelião Presídio Antônio Amaro Alves em julho de 2023.

A Penitenciária Federal em Mossoró foi criada em 2009 – (crédito: Divulgação/Secretaria Nacional de Políticas Penais)

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