OPERAÇÃO INVESTIGA CORRUPÇÃO NA COMPRA DE AÇÕES NA HIDRELÉTRICA SERRA DO FACÃO, EM GOIÁS

Ação da Polícia Civil do R], em apoio a Lava Jato, é baseada em delação do ex-senador Delcídio do Amaral e envolve Furnas e o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Hidrelétrica Serra do Facão, em Goiás (Foto: Reprodução)

O contrato firmado pela empresa de energia Furnas, subsidiaria da estatal Eletrobras, na compra de ações da Hidrelétrica Serra do Facão, no Rio São Marcos, entre os municípios de Catalão e Davinópolis, na Região Sudeste de Goias, é alvo de investigação da Policia Civil do Rio de Janeiro e de São Paulo nesta quinta-feira (8).

A ação, batizada de “Barão de Gatuno“, é comandada pela Polícia Civil fluminense. Baseada em delação do ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), a operação mira esquemas envolvendo Furnas e o ex-deputado federal e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Delcídio havia denunciado um esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo a empresa. Cunha, segundo o delator, seria o responsável pelo esquema.

Com base na investigação da Delegacia Fazendária, em 2007 e 2008, Cunha foi relator de medidas provisórias que alteraram a legislação do setor energético. Elas permitiram que Fumas, que tinha uma das diretorias ocupadas por um indicado de Cunha, comprasse ações de uma sócia da empresa em um consórcio para a construção da usina em Goias.

A Controladoria Geral da União (CGU), em auditoria, apurou vantagens para Furnas que não eram verificadas normalmente em negócios no setor privado.

Mandados

Estão sendo compridos ao menos 25 mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro e outros oito em São Paulo. Os mandados foram expedidos pela Justiça fluminense e estão sendo compridos pela Delegacia Fazendária, responsável pela investigação do esquema. A ação conta com o apoio de 15 delegacias e da Coordenadoria de Combate à Corrupção do Laboratório de Tecnologia e Lavagem de Dinheiro da Polícia Civil do Rio.

Em nota, o Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro disse que a operação “esta em fase de investigação”, mas confirma que atuou no caso. Os investigadores não passam mais detalhes sobre a operação ”para não causar prejuízo a apuração dos fatos”, segundo o MP, que lembra que a Justiça Estadual decretou sigilo nos autos.

De acordo com o MP, o nome da operação, “Barão de Gatuno”, “refere-se ao termo usado no século 19 para quem enriquecia de forma irregular, a partir do envolvimento com agentes públicos”.

Policiais civis do Rio cumpriram mandados de busca e apreensão na sede de Furnas na capital fluminense. Em São Paulo, equipes da Polícia Civil estiveram na região da avenida 9 de Julho, no centro da capital paulista.

Na capital paulista, ao menos 24 policiais participaram da operação, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.

Em nota, Furnas disse que “colabora com as investigações e identificação dos documentos solicitados pelos policiais, e reforça que é a principal interessada na elucidação dos fatos”.

A defesa de Eduardo Cunha ainda não se pronunciou a respeito da operação. Em comunicado, a Eletrobras, uma das controladoras de Fumas, disse que já havia contratado o escritório Hogan Lovells US LLP para promover uma investigação interna. “[Ela] continua realizando procedimentos adicionais com o intuito de melhorar os controles internos das empresas Eletrobras e verificar e acessar qualquer informação adicional que venha a ser divulgada como parte ou em razão dos desdobramentos da Lava Jato”.

Fonte: O Popular (com informações Uol)

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