Nova Aurora: Vereadores tomam posse em sessões separadas e briga paralisa prefeitura

Orçamento foi aprovado só por parte dos políticos e prefeito não faz repasses.
Grupos aguardam decisão da Justiça sobre impasse dos parlamentares.

Prefeitura de Nova Aurora está quase parada por impasse de vereadores (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Prefeitura de Nova Aurora está quase parada por impasse de vereadores (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)

Os serviços públicos de Nova Aurora, no sudeste de Goiás, estão praticamente paralisados após os vereadores a favor e contra o prefeito se dividirem e tomarem posse em sessões separadas. Como não é possível saber qual cerimônia realmente foi válida, o administrador municipal afirma que não quer começar a usar o dinheiro da prefeitura com medo de ter problemas na prestação de contas, já que o orçamento foi aprovado por apenas parte dos políticos. A Justiça ainda analisa a situação.

No dia 1º de janeiro, os quatro vereadores de oposição foram até a Câmara Municipal na parte da manhã para serem empossados. Como eles não conseguiram entrar, fizeram uma solenidade de posse do lado de fora do prédio. Já no período da tarde, os cinco políticos que apoiam o gestor fizeram outra cerimônia de posse no pátio da prefeitura, com a presença do prefeito.

Segundo o vereador da oposição Jerry Faleiros (PROS), o regimento interno da Casa determina que a posse tem que ser feita na sede do Poder Legislativo e exatamente às 10h. “Nós cumprimos tudo de acordo com a lei. Nós estamos aqui lutando para que a lei seja cumprida, não temos nenhum que não esteja de acordo com ela”, disse.

Como os vereadores que foram empossados pela manhã não reconhecem a posse dos demais políticos, realizada a tarde, eles entraram na Justiça para anular a cerimônia. Porém, os parlamentares que são da base da prefeitura dizem que eles estão, sim, aptos a exercer a função.

“Fizemos tudo: a solenidade de posse com edital, convocou a população, a população compareceu. Desde 2001 até agora não teve nenhuma posse nesse horário [10h], sempre foi na parte da tarde”, disse Rildo Marques (PMDB).

Com esse impasse, grande parte dos serviços públicos estão sendo afetados, pois o prefeito Vilmar Dias Carneiro (PT) não está fazendo o repasse de verbas com medo de ter problemas na prestação do contas. O orçamento para 2017 chegou a ser aprovado pelos vereadores da base em uma sessão extraordinária, mas não foi sancionado.

“Dependendo do que eu fizer hoje, eu posso, talvez, ser penalizado por não ter a lei orçamentária se a deles [posse da oposição] for válida. Se for a nossa, tudo ok, mas se for a deles, a nossa está inválida e posso ter problemas com o orçamento”, disse.

Sem recursos, alguns medicamentos que eram distribuídos gratuitamente, por exemplo, já estão em falta. Os carros que transportavam pacientes para fazer tratamento médico em outras cidades estão parados por falta de manutenção. Até mesmo uma ambulância está sem uso por precisar trocar os pneus.

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