Polícia Civil concluiu que veículo estava acima da velocidade permitida; dez morreram no local e duas em hospitais. Zenilde Hamada, de 73 anos, foi a 12ª vítima confirmada, um mês após o acidente.

A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre o acidente com ônibus na MG-223, em Araguari, que matou 12 passageiros no Trevo do Queixinho, e indiciou o motorista do veículo. Dez passageiros morreram no local e outros dois em hospitais da região, sendo a 12ª morte confirmada um mês após o acidente.
Segundo a polícia, o veículo estava acima da velocidade permitida quando tombou. O motorista do ônibus do Grupo Guanabara foi indiciado por 12 homicídios qualificados por impossibilidade de defesa das vítimas, além de tentativa de homicídio dos feridos.
O inquérito foi enviado à Justiça e a Polícia Civil fará coletiva na manhã desta quinta-feira (15) para detalhar as investigações.
Em nota, a Real Expresso – empresa que integra o Grupo Guanabara e responsável pelo ônibus -informou que continua colaborando com as autoridades e prestando total apoio às famílias e sobreviventes.
O que se sabe do acidente
O veículo da viação Real Expresso saiu de Anápolis (GO) por volta das 20h30 do dia 7 de abril com destino a São Paulo (SP), mas na madrugada do dia 8, o motorista perdeu o controle da direção em um trecho da rodovia conhecido por Trevo do Queixinho, saiu da pista e o ônibus tombou.
Quem são as vítimas mortas no acidente?
Todas as 12 vítimas do acidente foram identificadas. Entre elas estão duas crianças de 2 e 6 anos, três homens entre 40 e 69 anos, além de três mulheres entre 53 e 62 anos.
Dez vítimas não resistiram aos ferimentos e morreram no local do acidente. Outras duas mulheres, levadas para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), morreram durante a internação. A 12ª vítima é Zenilde Santana Hamada, de 73 anos, cuja morte foi confirmada um mês após o acidente.
Veja a lista abaixo atualizada:
Rogério Ribeiro de Queiroz – 41 anos – natural de Goiânia
Elhadi Ahmed Khalifa – 69 anos – estrangeiro (Líbia)
Kleyton Serra da Silva – 40 anos
Sueli Dias Pereira Fernandes – 56 anos
Suely Maria de Araújo – idade não informada
Francini Batista Rodrigues Marcondes – idade não informada
Nilda Helena de Paula – 53 anos
Laura Costa de Negreiros – 6 anos
Lorena Costa de Negreiros – 2 anos
Maria Catarina da Silva – 62 anos – morava em Ribeirão Preto
Zenilde Santana Hamada, 73 anos
Laura e Lorena Costa eram irmãs e viajam com a mãe e o filho mais novo da família, um bebê de 6 meses, para visitar a avó em São Paulo. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Araguari, a mulher e o bebê foram internados no Hospital Sagrada Família em Araguari e não correm risco de morte.
Os corpos de três vítimas ainda seguem no Posto Médico Legal (PML) em Araguari aguardando identificação.
A secretária de Saúde, Thereza Griep, informou que as equipes tiveram muita dificuldade na identificação porque alguns passageiros não constavam na lista de embarque repassada pela empresa.
O que se sabe sobre os feridos?
O Corpo de Bombeiros de Araguari informou que dos 36 feridos, 18 foram levados para hospitais. Os outros 18 tiveram ferimentos leves e recusaram atendimento.
Pelo menos 17 passageiros foram encaminhados para a UPA de Araguari. Conforme a secretária municipal de Saúde, um ainda permanece internado na unidade. Outros cinco pacientes foram transferidos para o Hospital Sagrada Família.
Para o Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) foram nove passageiros, com o quadro mais grave. Dentre eles, uma gestante que teve o braço amputado e ainda precisou ser submetida a uma cesariana para fazer o parto de emergência. A bebê nasceu com 1,4 kg e foi internada na UTI neonatal da unidade. Mãe e filha permanecem internadas.
O marido da gestante também estava no ônibus e dormia na hora do acidente. Ele acordou com os gritos de socorro da esposa quando o veículo tombou e se arrastou pela rodovia.
Qual foi a causa do acidente?
As circunstâncias do acidente ainda são apuradas, mas, de acordo com a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), passageiros relataram que o motorista dirigia em alta velocidade, quando tentou contornar o trevo e o ônibus tombou.
Um dos sobreviventes chegou a relatar que o veículo saiu com atraso de uma das paradas previstas, em Goiânia. Além disso, o motorista teria dito que “pisaria no acelerador” para compensar o tempo.
O condutor foi levado para a delegacia para prestar depoimento e, em seguida, liberado. Segundo a Polícia Civil, não havia elementos para a prisão. Um inquérito policial foi aberto para investigar a causa do acidente.
O ônibus estava regularizado?
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou que o ônibus estava com a documentação e os cadastros regulares para o transporte interestadual de passageiros.
O que diz a Real Expresso sobre o acidente?
Até o momento foram confirmadas 11 vítimas fatais. Os feridos encontram-se em três hospitais locais como o Hospital da Universidade Federal de Uberlândia e UPA de Araguari ( muitos já receberam alta e outros serão em breve liberados).
Os demais foram liberados no momento do atendimento local e seguiram viagem. Estamos trabalhando em estreita colaboração com as autoridades responsáveis para investigar as causas do acidente e esclarecer todos os detalhes. Nesse momento estamos concentrados no apoio às vítimas e todo suporte às suas famílias.
Para familiares e pessoas que buscam mais informações sobre os passageiros, disponibilizamos nosso canal de atendimento 24 horas através do telefone 0800 728 1992, que está à disposição para fornecer todo o suporte necessário”.
O que diz a ANTT sobre o acidente?
“A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) lamenta profundamente o acidente envolvendo um ônibus interestadual na MG-223, em Araguari (MG), nesta terça-feira (8/4), e expressa solidariedade aos familiares das vítimas.
A ANTT confirma que o veículo envolvido fazia o trajeto Anápolis(GO)/São Paulo(SP) e estava com a documentação e os cadastros regulares para o transporte interestadual de passageiros. O ônibus possuía Seguro de Responsabilidade Civil e Certificado de Segurança Veicular válidos, além de cronotacógrafo devidamente aferido e habilitado, em conformidade com a legislação vigente.
A Agência, em conjunto com outros órgãos, está acompanhando a situação. A ANTT instaurou processo administrativo para monitorar o caso e fornecerá todas as informações necessárias às autoridades de segurança pública para apoiar as investigações”.
Com informações G1 Triângulo e Alto Paranaíba.