Mortes chegam a quase 22 mil em terremoto na Turquia e Síria

Somente nessa quinta-feira, após cinco dias da tragédia, chegou primeiro carregamento de ajuda composto por seis caminhões. O carregamento inclui cobertores, colchões, tendas, material de socorro e lâmpadas solares para ao menos cinco mil pessoas. As equipes de resgate na Síria lamentam que o material não seja adaptado para realizar buscas nos escombros

(Foto: Reprodução)

O sismo de segunda-feira na Turquia e na Síria é já considerado como uma das piores catástrofes da região em um século. Até esta sexta-feira de manhã, contavam-se mais de 21.700 vítimas mortais e a esperança de ainda encontrar sobreviventes é cada vez menor.

Até esta sexta-feira de manhã, o terrível balanço do sismo de segunda-feira aponta para mais de 21.700 mortos: acima de 18.300 na Turquia e quase 3.400 na Síria. Em ambos os países, milhares de casas foram destruídas e continuam as operações de busca, ainda que o período crucial de 72 horas para encontrar sobreviventes tenha sido ultrapassado.

Perante a mobilização e urgência para resgatar pessoas, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), em luta armada contra o exército turco desde 1984, anunciou uma trégua temporária se não houver ofensiva do lado de Ancara.

A Organização Mundial de Saúde alerta que 23 milhões de pessoas estão afectadas, nomeadamente cinco milhões de pessoas mais vulneráveis e teme uma crise sanitária. As organizações humanitárias estão, nomeadamente, preocupadas com a propagação da cólera que reapareceu na Síria.

A União Europeia tinha enviado primeiros socorros para a Turquia algumas horas após o sismo, mas inicialmente deu uma ajuda mínima à Síria através de programas humanitários existentes por causa das sanções internacionais em vigor contra o pís desde o início da guerra civil em 2011. Na quarta-feira, Damasco pediu oficialmente ajuda à UE e na quinta-feira começou a chegar mais ajuda.

Quase toda a ajuda humanitária destinada às zonas rebeldes passa pela fronteira turca de Bab al-Hawa, a única controlada pela ONU. A diplomacia turca diz que vai abrir mais dois pontos de passagem para as regiões sob controlo de Damasco. Entretanto, o director da OMS Tedros Adhanom Ghebreyesus anunciou, esta quinta-feira, estar “a caminho da Síria” e a presidente do Comité Internacional da Cruz Vermelha, Mirjana Spoljaric, chegou ontem a Alepo.

O Banco Mundial anunciou, esta quinta-feira, que vai mobilizar um pacote de 1,78 mil milhões de dólares para a Turquia.

Os Estados Unidos prometeram uma ajuda de 85 milhões de dólares para a Turquia e para a Síria e o departamento do Tesouro norte-americano anunciou o levantamento temporário de algumas sanções impostas à Síria para que a ajuda humanitária possa chegar o mais rapidamente possível às populações afectadas.

A França vai desbloquear uma ajuda de emergência de 12 mil milhões de euros destinada à população síria. O Reino Unido também anunciou um envelope financeiro suplementar de 3,4 milhões de euros, num montante total de 4,3 milhões de euros para os Capacetes Brancos, a organização humanitária que opera nas zonas rebeldes.

 

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