Minas Gerais: menino de 10 anos morre ao extrair dente em clínica odontológica. PM ainda apura o caso

Anthony Bernardo da Silva Souza foi encaminhado para a UPA da cidade, mas já chegou sem vida; PM ainda apura o caso.

(Foto: Reprodução/V9)

A Polícia Civil abriu inquérito nesta terça-feira (21) para investigar a morte de Anthony Bernardo da Silva Souza de 10 anos, morto durante tratamento odontológico em uma clínica de Igarapé, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, na segunda-feira (20).

O caso está com a Delegacia de Polícia Civil da cidade.

Segundo a polícia, equipes da perícia criminal e de investigadores foram à clínica odontológica onde foi feita a extração do dente do menino. Um laudo do corpo da vítima deve ajudar a esclarecer as causas da morte.

O corpo da criança chegou a ser levado para o Posto Médico Legal de Betim, e foi liberado após ser submetido a exames.

Anthony está sendo velado nesta manhã em São Joaquim de Bicas, na Grande BH, e deve ser enterrado às 14h.

Ainda sobre o caso:

O menino chegou a reclamar de dor momentos antes de começar a fazer vômito e perder a consciência, conforme consta no boletim de ocorrência da Polícia Militar. Conforme o documento policial, a mãe contou que, após o filho reclamar, a dentista foi questionada por ela e teria respondido que “ele não estaria sentindo dor”. Em seguida, a profissional aplicou mais anestesia.

Anthony Bernardo da Silva Souza foi atendido no último sábado (18) pela mesma dentista, que indicou a realização de um canal como tratamento, passou um antibiótico e marcou o retorno do menino para essa segunda.

Na nova consulta, a mãe disse que perguntou se seria possível extrair o dente do filho com segurança.

“Ele retornou hoje (segunda), pediu um Raio X, minha tia chegou a fazer o Raio X (na criança) e ela (a dentista) falou que dava para fazer super de boa, que não tinha perigo, que ela tinha uma equipe competente. Foi aí que o Bernardo começou a dar hemorragia, a esparramar sangue pelo chão e já chegou aqui na UPA desacordado”, explicou Maria Victória da Silva César, prima da criança.

Ainda segundo o boletim, após ter acesso ao Raio X, a dentista disse que a gengiva do paciente estava muito machucada, mas que teria condições de extrair o dente. Assim que ele foi extraído, a hemorragia começou. Anthony foi socorrido em uma ambulância, mas não resistiu.

À polícia, a dentista de 29 anos, contou que no dia da primeira consulta foi realizada uma avaliação sendo constatado que havia uma cárie e que a indicação seria um canal. O tratamento ficaria no valor de R$ 750, mas a mãe da criança alegou que não tinha condições de arcar com os custos.

A profissional afirma que foi oferecida a possibilidade de parcelamento, mas a mãe reforçou que não teria como pagar, uma vez que estava desempregada. Com isso ficou acertada a extração do dente pelo valor de R$ 180.

A dentista afirma que foi perguntado à mãe se o menino teria alguma alergia, o que foi respondido que não. Ainda conforme ela, o procedimento de extração teve início por volta das 11h e ocorria dentro da normalidade quando, em certo momento, ela notou que saiu uma quantidade maior de sangue e, por esse motivo, chamou a sócia.

A outra dentista contou aos militares que assumiu o procedimento, extraiu o dente e o paciente apresentou um quadro de hemorragia. Um terceiro profissional, especializado em cirurgia avançada, foi acionado para auxiliar no estancamento da hemorragia.

Ela ainda afirmou que, antes da chegada da ambulância, foram mantidos os procedimentos para estancamento e iniciaram uma massagem cardíaca para melhorar a ventilação do menino, além da utilização de aparelho para sugar as secreções e deixar o paciente em condição estável.

De acordo com o boletim, as duas dentistas foram “convidadas a comparecerem na delegacia de plantão para acompanhar o encerramento do B.O, se disponibilizando a prestar esclarecimentos caso a autoridade judiciária julgue necessário”.

Já o terceiro profissional não aguardou no local e não foi localizado. Segundo a polícia, ele teria se deslocado para Divinópolis e não foi possível entrar em contato.

 

(Fonte: BHAZ)

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