Médico goiano preso em rinha de cães é solto após pagar fiança de 60 salários mínimos

Médico foi preso com outras 39 pessoas, e precisou pagar pagou 60 salários mínimos de fiança. Polícia resgatou 19 cães da raça pitbull

Médico foi preso com outras 39 pessoas, e precisou pagar pagou 60 salários mínimos de fiança. Polícia resgatou 19 cães da raça pitbull (Foto: Reprodução/Facebook)

O médico goiano Leônidas Bueno Fernandes Filho, preso no último sábado (14) por envolvimento em uma rinha de cães realizada em Mairiporã, São Paulo, já está em liberdade após pagar uma fiança no valor 60 salários mínimos, equivalente a R$ 59.880. A rinha foi desmontada pela Polícia Civil (PC) do Paraná e 19 cães da raça pitbull foram resgatados com diversos ferimentos. Outras 39 pessoas foram presas.

Ao ser preso, Leônidas disse aos policiais que estava no local “para buscar um cachorro que havia ganhado de presente”. Contudo, segundo a PC, ele e um veterinário do Amazonas eram responsáveis por reanimar os pitbulls feridos durante as brigas, para que os animais pudessem continuar as lutas.

O Mais Goiás entrou em contato na clínica onde Leônidas Bueno trabalha, no Setor Marista. Porém, uma funcionária informou que o médico não atende no local. O portal tentou contato novamente, mas as ligações não foram atendidas. Todas as redes sociais de Leônidas Bueno foram desativadas.

Médico Leônidas Bueno Fernandes Filho foi preso em rinha de cães em São Paulo, mas já está em liberdade após pagar fiança (Foto: Reprodução)

Cassação do médico

Nesta terça-feira (17), o vereador Zander Fábio (Patriotas) apresentou na Câmara Municipal um requerimento solicitando ao Conselho Regional de Medicina em Goiás (Cremego) a cassação do registro de Leônidas. Segundo o vereador, é inadmissível que um animal sofra maus tratos. “Indignação total ao saber o modo como eles agiam, parecia um filme de terror”, afirma Zander.

A decisão que soltou o gastroenterologista solicita que o Cremego seja oficiado sobre a prisão. A assessoria do Conselho informou que não irá se posicionar sobre o assunto.

Protesto contra maus-tratos

No Facebook, um protesto contra tortura de animais é organizado para a próxima quinta-feira (19) às 8h30, na porta da clínica onde o médico trabalha. O Mais Goiás tentou contato com a organizadora do protesto, mas até o fechamento desta matéria as mensagens não foram respondidas.

Diversas pessoas têm usado as redes sociais para expressar revolta em relação ao caso. “Agora ele vai ficar famoso como merece”, publicou um internauta. “Difícil entender como um médico chega a esse nível de deformidade de caráter. Estudou para salvar vidas e sente prazer em ver os animais sofrendo”, disse outro.

Médico goiano preso em rinha de cães é solto após pagar fiança

Na ação da Polícia Civil foram presas 40 pessoas envolvidas na rinha de cães. Polícia resgatou 19 cães da raça pitbull (Foto: Reprodução)

Investigações

De acordo com o delegado da PC do Paraná, Matheus Loiola, as investigações começaram em Curitiba e em São José dos Pinhais com um treinador de pitbulls. “A rinha era combinada em um grupo no aplicativo de WhatsApp. Houve resistência, eles literalmente partiram para cima dos policiais, alguns conseguiram fugir mas foram capturados”, afirma.

O delegado diz que a maioria dos envolvidos não possuem ficha criminal e são pessoas bem sucedidas financeiramente. “Era tudo bem organizado, faziam até camisetas do evento. Os envolvidos faziam apostas online com pessoas do mundo todo. Todos foram enquadrados por formação de quadrilha, maus-tratos a animais e envolvimento com jogos de azar. Agora cabe ao poder judiciário decidir se vão responder em liberdade ou não”, acrescenta.

Situação dos cães

Segundo o delegado, o local onde a rinha foi desmontada “parecia um ritual macabro”, onde os cães mortos eram assados para os homens comerem. “Tenho 13 anos de polícia e nunca tinha visto isso. Um dos pitbulls urinou muito sangue e todos os animais estavam desesperados por comida”, afirma.

Matheus Loiola diz que os bichos eram selecionados geneticamente e treinados para as lutas. “Além de tudo, são animais dóceis. Quando chegávamos perto, eles abanavam o rabo e abaixavam a cabeça. Contudo, eles não podem voltar a conviver com outros cães. Agora todos vão passar por acompanhamento veterinário para depois serem encaminhados para adoração”, finaliza.

Fonte: Redação/Mais Goiás

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