MDB rompe com prefeito de Goiânia e 14 nomes ligados à sigla deixam o Paço

Rompimento está relacionado com paralisação de obras de asfalto e troca de secretariado ligado ao partido de Maguito.

Daniel Vilela (Foto: Jucimar Sousa / Mais Goiás)

Quatorze secretários municipais ligados aos MDB entregaram os respectivos cargos após reunião realizada na manhã desta segunda-feira (5). O desembarque acontece em decorrência da insatifasção do partido com mudanças realizadas no secretariado, além de decretos de paralisação de obras e alegada centralização de poder na Secretaria de Governo, gerida por Arthur Bernardes, nome indicado pelo Republicanos nacional.

O presidente do MDB estadual, Daniel Vilela, disse em entrevista coletiva na manhã desta segunda que houve rompimento por parte do prefeito Rogério Cruz (Republicanos) ao projeto de governo estabelecido durante a campanha de 2020. A partir daí, os desgastes com mudanças sem conversas prévias e decretos com centralização de poderes culminaram com o rompimento.

“Começaram a fazer trocas que não haviam sido combinadas e começaram a afetar os trabalhos. Perguntei ao prefeito, que disse serem boatos, mas estes acabaram se confirmando”. Daniel diz ter procurado o prefeito e ficou sem resposta por 15 dias sobre as mudanças e pretensões.

Além disso, o presidente da sigla disse que recebeu recado de que o prefeito não o receberia e devia procurar o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, e não mais Rogério Cruz. Além disso, desmentiu suposto convite do prefeito para que assumisse uma secretaria. “O prefeito disse que havia em convidado para ser secretário e havia negado. Mas ele nunca me convidou. Não vim a público desmenti-lo. Me resguardei”, salientou.

Daniel ainda criticou Rogério Cruz por nomear pessoas que “ele sequer conhece” e desafiou o prefeito a mostrar fotos dele com os indicados.

A suspensão dos contratos de asfaltamento em Goiânia está relacionada com pedido de abertura de Comissão Especial de Inquérito (CEI). na Câmara Municipal de Goiânia para investigar contrato de uma empresa maranhense com a prefeitura de Goiânia. O vereador Santana Gomes afirma que tem recebido diversas denúncias que apontam irregularidades na prestação do serviço por parte das empresas responsáveis à prefeitura de Goiânia. Por isso, solicitou a documentação e afirma já ter a quantidade necessária de assinaturas para instalação da CEI na Câmara Municipal.

Desembarque

O secretário de Planejamento Urbano e Mobilidade, Agenor Mariano, que foi coordenador de campanha de Maguito Vilela, disse em tom de descontentamento que o desembarque do MDB da prefeitura de Goiânia se dá devido aos nomes colocados em cargos na prefeitura de Goiânia pelo prefeito Rogério Cruz.

“Questionamos, sim, os nomes de quem colocaram. O problema é saber quem vai conduzir a cidade. Esse secretariado faz história. Sabemos o que pode acontecer daqui para adiante. Estamos defendendo a nossa própria honra”, disse.

Secretário de Planejamento e ex-coordenador de campanha de Maguito , Agenor Mariano (Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

Agenor ainda diz que quase perdeu a eleição de 2020 por causa da escolha do vice-prefeito. Além disso, tentou aconselhar, mas que não foi ouvido, pois as decisões passam pelas mãos do presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira. E taxou o partido de “traidores.”

O secretário de Relações Institucionais, Euler Morais, afirmou que houve desconsideração ao MDB e ao ex-prefeito Iris Rezende (MDB) com a suspensão de contratos de asfalto, além de pedido de auditoria de contratos firmados desde 2017. “Fomos convidados para participar de um conselho político, no entanto, de forma unilateral ele extinguiu o conselho. Exonerou secretários sem ter hombridade de convidar para conversa olho a olho. Vemos que há predominância de religiosa e de exclusividade de comunicação”, criticou.

Ex-secretários

Quatorze auxiliares municipais ligados aos MDB entregaram em carta coletiva os respectivos cargos após a reunião desta segunda-feira (5). São eles: Agenor Mariano, secretário de Planejamento Urbano e Habitação; Alessandro Melo, secretário de Finanças; Pedro Chaves, secretário de Mobilidade; Euler de Morais, secretário de Relações Institucionais; Murilo Ulhôa, presidente da Companhia Metropolitana de Transportes  Coletivos; José Frederico, secretário de Prioridades Estratégicas; Carlos Júnior, secretário de Desenvolvimento e Economia Criativa; Leandro Vilela, secretário extraordinário; Gean Carvalho, secretário-executivo de Assuntos Estratégicos; Célio Campos, secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia; Filemon Pereira, secretário de Direitos Humanos e Políticas Afirmativas e Colemar Moura, controlador-geral do Município. Antônio Flávio, procurador-geral do Município e Kléber Adorno, secretário de Cultura.

Assinaram o documento como testemunhas os ex-secretários: Andrey Azeredo, ex-secretário de Governo; Aristóteles de Paula, ex-presidente da Comurg; Bruno Rocha Lima, ex-secretário de Comunicação; Luiz Bittencourt, ex-secretário de Infraestrutura Urbana; Marcela Araújo Teixeira, ex-secretária de Administração; Zilma P. Campos Peixoto, ex-presidente da Agência de Meio Ambiente e Marcelo Ferreira da Costa, ex-secretário de Educação.

Com informações Mais Goiás

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