Janeiro registrou 2.164 resgates em acidentes de trânsito em Goiás, aponta Corpo de Bombeiros

SMM destaca que na Capital, além da quantidade de acidentes, severidade das ocorrências também cresceu | Foto: Reprodução

Mesmo diante da pandemia de Covid-19, Goiás registrou aumento no número de veículos no ano passado, segundo dados do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de Goiás. Neste cenário, em que o Estado passou de 4,17 milhões de veículos em 2020 para 4,23 milhões em 2021, sendo 1,2 milhão somente em Goiânia, o número de acidentes de trânsito também cresceu, da mesma forma que o número de acidentes com vítimas.

Segundo dados do Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás (CBMGO), em janeiro deste ano foram registrados 2.164 atendimentos de resgate em acidentes de trânsito no Estado. O número é 4,84% maior do que o registrado em janeiro de 2021, quando foram contabilizados 2.064 atendimentos. No total, o ano de 2021 registrou 28.093 resgates desta natureza.

O crescimento dos acidentes de trânsito, inclusive com vítimas, na Capital também é percebido pela Secretaria Municipal de Mobilidade (SMM). “Temos percebido um aumento nas ocorrências deste tipo. Nós não atendemos acidentes de trânsito em via pública – os acidentes sem vítimas é feito o registro direto no sistema. No entanto, percebemos sim um movimento de aumento no número de acidentes com vítimas, ainda que essas não sejam fatais, porque para o trânsito, qualquer lesão que ocorra já torna o envolvido vítima”, afirma Horácio Ferreira, gerente de Educação para o Trânsito da SMM.

Além do número crescente de ocorrências, o gerente de Educação para o Trânsito da SMM destaca ainda que a severidade dos acidentes também cresceu, o que é motivo de preocupação ainda maior para a pasta. “A SMM vê essa questão como um grande desafio que temos que enfrentar e dar soluções. Esse número de acidentes era algo que se discutia de forma técnica porque começou a ter um avanço na circulação de veículos de uma forma geral”, pontua Horácio.

Ele explica que esse aumento na circulação de veículos pode ser explicado, também por conta da retomada das atividades, como por exemplo, a volta às aulas. “Estamos hoje com a volta às aulas e a totalidade de alunos em sala, o que não acontecia desde 2020. O ensino totalmente presencial faz com que o trânsito tenha um outro cenário, uma outra perspectiva, porque a gente percebe que o número de veículos aumenta na via pública e quando isso acontece o que se espera é um número também maior de conflitos, que geralmente acabam culminando em acidentes de trânsito, sobretudo por falta de respeito às normas e a sinalização existente nas vias públicas”, afirma o gerente da SMM.

Horácio Ferreira enfatiza, por fim, que o maior número de acidentes ocorre em função do comportamento do condutor e que é necessário que o condutor comece rápido a repensar a conduta na via pública. “A cada dia que passa o condutor tem sido vítima dele mesmo, de um comportamento que compromete a sua segurança”, finaliza.

Plano

Com a crescente no número de acidentes, em novembro de 2021, o Governo de Goiás, por meio do Detran-GO, aderiu ao Plano Nacional pela Redução de Mortes e Lesões no Trânsito (Pnatrans). O plano tem como objetivo a redução em 50% do número de mortes no trânsito até 2028. As ações previstas têm o potencial de preservar 86 mil vidas no período. Em Goiás, aconteceram mais de 78 mil acidentes em 2020, quando foram registrados 1,5 mil óbitos, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública. O Pnatrans estimula a soma de esforços das esferas governamentais e sociais para implementar políticas públicas eficazes na prevenção de acidentes.

O Pnatrans é dividido em seis pilares e agrupa as ações em iniciativas que destacam as áreas de atuação prioritárias, permeando desde o planejamento das vias até o resgate das vítimas. Por isso, envolve diversos órgãos governamentais da área de trânsito, transporte, infraestrutura e saúde, além da iniciativa privada. O socorro das vítimas de acidentes de trânsito, entre outros aspectos, também deve ter atenção especial das esferas públicas. O tempo de atendimento é crítico para reduzir o risco de morte ou lesão grave. Por isso, o plano prevê que a prestação de socorro deve ser coordenada entre as diferentes áreas de especialidade.

Com informações O Hoje

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