Governo de Goiás propõe Ensino Médio à distância

Projeto será discutido na próxima semana; matéria sobre transporte alternativo pode ser arquivada depois de acordo

O governo do Estado encaminhou à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás projeto de lei que propõe implantar ensino médio à distância na rede púbica de educação. O programa recebeu o nome de Ensino Médio ao Alcance de Todos e, segundo a matéria, tem o objetivo estabelecer a educação pública “por mediação tecnológica em distritos, zonas rurais e regiões de difícil acesso ou que possuam carência de professores habilitados por área de conhecimento”. O texto deve começar a ser discutido na Assembleia a partir da primeira sessão da próxima semana, na terça-feira (2).

De acordo com o projeto, o programa será composto por aulas ministradas em estúdio por professores habilitados por área de conhecimento, e transmitidas em tempo real para estudantes que estarão em salas interativas em suas comunidades. O texto afirma que os alunos devem estar acompanhados por um professor mediador.

Líder do governo na Assembleia, Bruno Peixoto (MDB) afirma que a pandemia de Covid-19, que provocou a suspensão de aulas presenciais nas escolas, não foi o fator determinante para que o Estado encaminhasse o projeto à Casa, mas acelerou o processo. “Com o projeto, o Estado atenderá número maior de famílias e com qualidade. Poderemos chegar em várias localidades que ainda não possuem estrutura”, diz.

Para a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Goiás (Sintego), Bia de Lima, é preciso aguardar que as aulas presenciais retornem para avaliar qual o resultado efetivo do ensino à distância realizado nos últimos meses e dialogar sobre a proposta em seguida. “Nós valorizamos o esforço de levar educação aos quatro cantos do Estado, às pessoas isoladas. Mas outra coisa é querer simplesmente esticar o ensino médio. É Oferecer sem oferecer. O ensino presencial tem qualidade questionável em alguns casos, imagine à distância. Precisamos dialogar antes”, afirma Bia.

Auditores

Em outro projeto encaminhado à Assembleia, o governo propõe estabelecer nova ordem de preferência para promoção e remoção dos integrantes da carreira do fisco da Secretaria da Economia de Goiás. O presidente do Sindicato dos Funcionários do Fisco do Estado de Goiás (Sindifisco), Paulo Sérgio do Carmo afirma que membros da categoria têm opiniões diferentes sobre o assunto e a discussão do tema foi suspensa em assembleia dos auditores fiscais sob a justificativa de que os profissionais desejavam primeiro chegar a uma definição junto ao governo do Estado em relação à progressão de carreira.

“É um assunto inadequado e contraria uma decisão de classe. Mas sabemos que infelizmente não conseguiremos reverter, pois já vem com este aval do governo do Estado”, diz Paulo Sérgio. Segundo o presidente, a matéria muda a distribuição dos auditores nos cargos no Estado. No entanto, diz Paulo Sérgio, com déficit de mais de cem profissionais, a alteração não trará benefícios para o trabalho desenvolvido. De acordo com o líder do governo, o projeto foi elogiado por membros da categoria e o objetivo do Estado é valorizar a os auditores e melhorar a qualidade do serviço público.

Transporte

Representantes de um grupo de motoristas de transporte escolar e turismo participaram ontem de reunião com o presidente da Goiás Fomento, Rivael Aguiar Pereira. Na oportunidade, foi anunciada a liberação de R$ 9 milhões para linhas de crédito em condições especiais aos trabalhadores autônomos do transporte escolar e de turismo em Goiás.

Um grupo que faz parte da categoria acampou em frente ao prédio da Assembleia Legislativa em protesto pela aprovação de projeto de lei, que permite o uso dos veículos no transporte coletivo, como alternativa financeira para os motoristas, já que o serviço prestado pela categoria está suspenso em Goiás como medida de enfrentamento à pandemia de Covid-19.

A reunião foi realizada a pedido do presidente do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras em Goiás (OCB-GO), Luís Alberto Pereira, e do presidente da Assembleia, Lissauer Vieira (PSB). Os deputados estaduais Bruno Peixoto (MDB) e Cairo Salim (Pros) também participaram do encontro. A linha de crédito proposta tem valor de R$ 9 mil para cada operação, dividida em três parcelas iguais. A carência é de 12 meses e o pagamento pode ser feito em até 48 meses. Os trabalhadores também receberão cestas básicas nos próximos três meses, como medida emergencial. A proposta será analisada pela categoria. Se for aceita, o projeto que tramita na Assembleia pode ser arquivada.

Fonte: O Popular

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