Fretes apresentam estabilidade nos pontos em Catalão e Rio Verde, diz Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)

Queda no embarque de grãos eleva preço do frete em 60%

Imagem Ilustrativa (Foto: Reprodução da Internet)

A movimentação típica da entressafra do mês de novembro, somada à demanda enfraquecida dos grãos culminou na queda do escoamento da soja em relação ao mês passado. No leste do estado, especialmente Cristalina e Catalão, houveram embarques pontuais de grãos que foram compensados pelo aquecimento no transporte de sementes, considerados mais vantajosos.

Em Rio Verde e Catalão os fretes apresentaram estabilidade nos pontos analisados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na comparação com 2021, chama a atenção a elevação observada nos preços. Em nenhuma das quatro praças a variação foi inferior a 59%. Tendo-se em conta somente o óleo diesel, constata-se que não foi o principal fator, já que no período o aumento médio do combustível nas bombas não foi superior a 21%.

As informações são do Boletim Logístico da CONAB. O Boletim Logístico é um periódico mensal que contém dados sobre os aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra.

O Boletim tem como objetivo acompanhar o fluxo do agronegócio, informar sobre valores praticados no mercado para contratação dos serviços de frete rodoviário e possíveis causas que impactam nos preços de transporte, bem como acompanhar aspectos inerentes à logística, seus gargalos, com o intuito de informar sobre crescimento da produção e seus reflexos na infraestrutura existente em diversos estados brasileiros.

Preço mais caro em todo país

O preço do frete em novembro de 2022 aumentou em todas as praças analisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) conforme divulgado na edição de dezembro do Boletim Logístico, publicado no site da estatal. A variação de preços oscilou entre 9% (na rota Campo Mourão a Paranaguá – PR) e 96% (na rota Cristalina a São Simão – GO), na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em contrapartida, na comparação com outubro de 2022, constata-se estabilidade ou pequenas variações.

O mês de novembro de 2022 apresentou demanda por fretes enfraquecida na maioria dos estados analisados, com movimento típico de entressafra. Espera-se o reaquecimento do mercado a partir de janeiro de 2023, com a aceleração da colheita de soja. De forma geral, o mercado interno manteve uma demanda firme de grãos e farelos com destino às regiões produtoras de rações animais no Sul do Brasil, compensando parcialmente a diminuição no volume das exportações.

Com relação aos preços, as demais praças seguem comportamento semelhante ao registrado no estado goiano, com aumento geral das cotações de frete quando comparado com o mesmo período de 2021. Já com relação aos valores praticados no mês passado se verifica uma leve queda para a maioria das praças.

Em alguns locais, questões pontuais contribuíram para as oscilações. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, as incertezas em relação ao momento político, a expectativa quanto ao comportamento do mercado, entre outros fatores, influenciaram para a redução das movimentações dos produtos rumo aos portos. No Distrito Federal, o clima chuvoso deste período também foi um fator que limitou os embarques locais de grãos.

Já no Paraná, além dos protestos nas rodovias, a queda na demanda também decorreu da baixa disponibilidade de soja na região de Ponta Grossa, uma vez que cerca de 99% da produção já havia sido comercializada. Na região do Sealba (Sergipe, Alagoas e Bahia) e centro da Bahia, houve equilíbrio entre oferta e demanda para o transporte de milho e hortifrutis e as cotações apresentaram-se estáveis. Já no Piauí, a tendência de queda nos preços pode ser explicada principalmente pela diminuição dos estoques, como observado em outubro e intensificado em novembro.

O Boletim Logístico da Conab é um periódico mensal que contém dados coletados nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Paraná, Bahia e Piauí. O estudo mostra aspectos logísticos do setor agropecuário, posição das exportações dos produtos agrícolas de expressão no Brasil, análise do fluxo de movimentação de cargas e levantamento das principais rotas utilizadas para escoamento da safra.

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