Fernando Villavicencio, candidato à presidência do Equador, é assassinado com três tiros

Jornalista investigativo, candidato à presidência tinha 59 anos e se declarava defensor de causas indígenas e trabalhistas. Villavicencio foi morto com três tiros na cabeça. 

Fernando Villavicencio estava em segundo lugar nas pesquisas – (Foto: Divulgação / Campanha Villavicencio)

O candidato à presidência do Equador Fernando Villavicencio foi assassinado na noite desta quarta-feira (9), em Quito. Ele estava em um encontro político e foi baleado três vezes na cabeça. Ele deixava um comício político realizado no Anderson College, quando foi baleado.

O Ministério do Interior e, posteriormente, o presidente Guillermo Lasso confirmaram o homicídio por meio de comunicados nas redes sociais.

Logo após o ocorrido, imagens mostrando o momento do ataque começaram a circular nas redes sociais. Em um dos vídeos Villavicencio aparece deixando o Anderson College e se dirigindo a um carro, acompanhado de sua comitiva e apoiadores, quando se ouvem tiros e um grande tumulto toma conta do local.

Fernando Villavicencio tinha 59 anos e era jornalista investigativo. Na política, foi membro da Assembleia Nacional do Equador entre 2021 e 2023. Ele se declarava defensor das causas sociais indígenas e dos trabalhadores, sendo líder sindical.

Como jornalista, Villavicencio foi responsável por revelar casos de corrupção no governo do Equador. Em uma das matérias, ele acusou o ex-presidente Rafael Correa de crimes contra a humanidade.

Por causa desse caso, o jornalista foi condenado a 18 meses de prisão, em 2014, acusado de injúrias contra Correa. Ele chegou a receber asilo político no Peru e dizia ser perseguido pelo ex-presidente do Equador.

Durante o exílio, Villavicencio continuou investigando casos de corrupção, incluindo um suposto prejuízo milionário ao Equador com a venda de petróleo para a China e a Tailândia. O caso ficou conhecido como “Petrochina”.

Autor de 10 livros, Villavicencio também lançou portais de notícias no Equador, até entrar na vida política. Como candidato à presidência, defendia o combate à corrupção.

Violência no país

Candidata Luisa Gonzáles fala à população sobre o assassinato de Villavicencio – (Foto: Reprodução / X)

Nos últimos anos, o Equador enfrenta a violência ligada ao narcotráfico, que, durante o processo eleitoral, resultou na morte de um prefeito e um candidato a deputado, além de ameaças a um candidato à presidência.

A criminalidade no país fez com que a taxa de homicídios dobrasse em 2022, chegando a 25 mortes a cada 100 mil habitantes.

Há cerca de duas semanas, um prefeito foi assassinado no país.

Eleições antecipadas

O Equador irá eleger um presidente, vice-presidente e os 137 parlamentares em 20 de agosto. O presidente Guillermo Lasso dissolveu a opositora Assembleia Nacional, em maio, para pôr fim à “crise política grave e comoção interna”.

A dissolução, que deu lugar a eleições gerais antecipadas, ocorreu em meio a um julgamento político para destituir Lasso.

Com informações G1 Globo e CNN Brasil.

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