Fazendeiro de Goiandira é condenado por derrubada de árvores nativas, em ação proposta pelo MP

Decisão determina recomposição do dano ambiental

Acolhendo ação civil pública proposta pela Promotoria de Justiça de Goiandira, o juiz Hugo Gutemberg Patiño de Oliveira determinou ao fazendeiro S.S. realizar a recomposição do dano ambiental causado pela derrubada de árvores de madeira de lei de sua fazenda para a construção de cercas na propriedade. Pela decisão, ele deverá fazer o plantio de 110 mudas nativas nas áreas de nascentes e de preservação ambiental na região em que houve o dano.

Ele terá prazo de seis meses para o cumprimento da sentença, a contar de sua intimação, observando o período adequado ao plantio, sob pena de multa diária de R$ 100 até o limite de R$ 100 mil. De igual modo, o fazendeiro foi condenado ao pagamento de R$ 15 mil a título de dano moral coletivo, como medida compensatória dos prejuízos causados, a serem destinados ao Fundo Estadual do Meio Ambiente.

Na ação inicial, o Ministério Público de Goiás sustentou que o fazendeiro, durante o primeiro semestre de 2009, teria procedido ao corte de madeira de lei, objetivando à construção de cercas em sua propriedade “Fazenda Dourados da Beira do Rio”, localizada no município de Goiandira. Segundo os autos, ele autorizou a um funcionário que cortasse, serrasse e lavrasse tantos postes de árvores da espécie aroeira quantos fossem necessários à construção de cercas na fazenda. O empregado efetuou o corte de aproximadamente 10 aroeiras que, após serradas e lavradas, renderam 71 postes.

Ainda de acordo com a ação, visando construir um embarcadouro em suas terras, o fazendeiro mandou contratar uma outra pessoa que foi autorizada a cortar mais aroeira e também pés de angico. Nesta empreitada foram sacrificados um pé de aroeira e outro de angico, que foram apreendidos por agentes da Polícia Civil no final de junho de 2009.

O proprietário da fazenda alegou que, ao contrário do que consta da inicial, não cortou nenhuma árvore, mas teriam sido aproveitadas quatro aroeiras e um angico, “todas caídas por ação da natureza” . Segundo ele, “não há exigência de licenciamento ambiental para o aproveitamento de pequena quantidade de material lenhoso desvitalizado e seco com objetivo de produzir madeira serrada ou lapidada na forma de postes, esticadores, palanques, esteios ou outros, para uso exclusivo no próprio imóvel rural.”

Na decisão, o juiz Hugo Gutemberg Patiño de Oliveira ressaltou que “da análise dos autos, verifica-se que o laudo pericial fora conclusivo quanto à ocorrência do dano ambiental, no sentido de que houve o corte de árvores nativas, aroeira e angico, espécies estas adultas, sendo constatado que, pelo menos 11 delas foram extraídas pelo homem na propriedade do réu, conforme demonstrado no acervo fotográfico que compõe o laudo”.

Quanto à defesa apresentada pelo fazendeiro, o magistrado observou que ele “não trouxe aos autos elementos de convicção quanto à tese por ele defendida na contestação, nem tampouco impugnou o laudo pericial produzido nos autos, ainda que a ele tenha sido deferido prazo para tal”.

(Edição de Texto: Cristina Rosa / Assessoria de Comunicação Social do MP-GO, a partir de informações do Centro de Comunicação Social do TJGO – Foto: Banco de Imagem) 

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