Entregador é morto após briga por moto alugada em Uberlândia

Roberto Alves Bueno foi encontrado morto em casa. Os filhos acharam vídeos no celular do pai que mostram agressões por supostos funcionários da empresa em que ele alugou uma moto para trabalhar; veículo teve problema mecânico, e suspeitos queriam pegar a moto reserva de volta

Roberto Alves Bueno foi encontrado morto em Uberlândia — Foto: Redes Sociais/Divulgação

A Polícia Civil investiga a morte do entregador Roberto Alves Bueno Júnior, de 53 anos, encontrado sem vida dentro da casa em que morava no Bairro Tibery, em Uberlândia. Primeiro, um perito havia apontado que Roberto teria morrido por “causas naturais”, mas os filhos dele acharam vídeos no celular do pai que mostram ele sendo agredido por dois homens.

O corpo foi encontrado na cozinha da residência, que fica na Rua Europa, na última sexta-feira (4). Segundo os parentes de Roberto, as agressões teriam ocorrido depois de um desentendimento por conta do aluguel da motocicleta que Roberto usava para trabalhar.

Segundo o vendedor Elliot Bueno, filho de Roberto, a moto alugada pelo pai com a empresa Mottu teve um problema mecânico, e ele precisou pegar um veículo reserva. Porém, 24 horas depois, os funcionários da empresa teriam procurado ele pedindo a moto de volta, mas ele se recusou a devolver, pois precisava dela para trabalhar, o que deu início à briga.

Após ter acesso ao vídeo, a Polícia Militar (PM) começou as buscas pelos suspeitos das agressões. Um deles, Diego Rodrigues Barbacena, de 37 anos, foi preso, e outros envolvidos ainda são procurados.

Ao g1, a Polícia Civil informou nesta terça (8), em nota, que assim que tomou conhecimento de que a morte teria sido violenta, “providenciou encaminhamento do corpo ao Posto Médico-Legal quando ele já estava a caminho do sepultamento”. As investigações sobre o caso continuam.

A reportagem tenta contato com a empresa Mottu e com a defesa de Diego.

Dois boletins de ocorrência sobre a morte de Roberto foram registrados pela PM. O primeiro foi feito depois que o corpo foi encontrado pela filha dele, de 33 anos, no início da tarde de sexta.

Segundo o documento, o corpo do entregador estava caído na cozinha, próximo a uma poça de sangue já seco. Um médico do Corpo de Bombeiros esteve no local e avaliou que o óbito teria ocorrido entre 12 e 36 horas.

Em seguida, um perito da Polícia Civil também examinou o cadáver. Segundo o boletim de ocorrência, o especialista afirmou que o corpo não apresentava marcas de agressão e que aparentava se tratar de uma morte por causa natural.

Ainda conforme o perito, a poça se formou por conta do “sangue coagulado no cérebro expelido pelo nariz ou boca”, algo que é considerado normal quando um corpo passa várias horas em posição horizontal.

Na ocasião, a filha de Roberto contou aos policiais que não via o pai há vários dias e que ele não estava bem de saúde. O cadáver foi levado para o Instituto Médico Legal (IML).

No sábado (5), os filhos de Roberto procuraram o 17º Batalhão da PM e contaram que tiveram acesso ao celular do pai. No aparelho, havia vídeos gravados pelo entregador que mostram que ele enfrentava problemas por conta do aluguel da motocicleta.

Em um dos vídeos, gravado na quinta (3), o homem reclamava do fato de a empresa de aluguel ter bloqueado a direção do veículo. No mesmo dia, uma câmera de segurança flagrou supostos funcionários dessa empresa entrando na casa dele para tentar pegar a moto de volta.

Segundo Elliot, o entregador filmou o início da discussão, que logo evoluiu para uma briga com socos e chutes.

“Eles vão para cima do meu pai e ele coloca o telefone no bolso para se defender, mas continua gravando o áudio. O vídeo tem uma hora e 38 minutos, e meu pai fica lá, agonizando no chão”, explicou ao g1.

Ainda conforme Elliot, o laudo oficial da necropsia com a causa da morte de Roberto ainda não foi divulgado para a família.

Após a denúncia, a PM começou as buscas e identificou dois suspeitos. Um deles foi preso em uma casa no Bairro Osvaldo Rezende e disse que foi até a casa de Roberto para recuperar a motocicleta, mas que como ele se negou a devolvê-la, entraram em uma discussão.

Segundo o suspeito, o entregador teria dado um soco no colega dele. Por isso, os dois revidaram a agressão. Ele afirmou ainda que não sabia que Roberto havia morrido e que apenas deixaram o local com a motocicleta.

 

(Com informações, TV Integração)

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