Doenças Respiratórias: Depois da Covid, a onda agora é de gripe

Velha conhecida influenza A está em alta. Baixa vacinação contra doença leva ao aumento da transmissão fora de época e pode resultar em quadros mais graves

(Foto Ilustrativa)

Febre alta por vários dias, tosse, dor no corpo, náusea… Neste mês de outubro, os sintomas de gripe forte têm pegado em cheio muitas famílias em Belo Horizonte e região, especialmente as crianças – 12.530 pessoas procuraram postos de saúde da cidade com sintomas respiratórios (dados contabilizados até o dia 17). Mas que onda de gripe é essa em plena primavera?

De acordo com as autoridades, é a influenza A (H1N1 e H3N2), aquela velha doença viral conhecida dos brasileiros. Em 10 de outubro, o Boletim Infogripe, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), alertou sobre o aumento de casos de influenza A em Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Goiás, entre outros Estados. Três dias antes, a Organização Mundial da Saúde (OMS) havia advertido para a alta transmissão da doença em decorrência da baixa vacinação. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por sua vez, informou que não existe sinal de alerta para surto de gripe.

Mas não é o que relatam as famílias. “Meu filho começou a ter mais de 39°C de febre e tosse no dia 6 de outubro. Joguei (a informação) no grupo de WhatsApp da escola e tive vários relatos parecidos”, relatou a servidora pública federal Júlia Gadelha, de 41 anos.

Sintomas duradouros 

Como a febre persistiu por mais de três dias seguidos, ela teve que levar o filho Pedro Furtado Bertachini, de 8 anos, ao Hospital São Camilo, na capital mineira. “No local, me relataram que turmas inteiras estavam aparecendo na unidade com o mesmo quadro de saúde”, comentou Júlia, que está com a caderneta vacinal da família em dia.

A professora Ludmila Murta, de 39 anos, também passou sufoco nos últimos dias. “Eu tive sintomas leves, mas meu filho (de 2 anos) ficou mal, com febre, vômito. Fizemos o teste de Covid, e deu negativo”, contou.

Na casa da advogada Ana Flávia Almeida, de 42 anos, o filho Lucas, de 8, ainda se recupera. “Ele está com um resto de tosse e ainda não voltou a se alimentar normalmente”, disse ela, também moradora de BH.

Vacinação abaixo da meta 

Estevão Urbano, presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, reforça a importância da vacinação para evitar complicações da gripe. “A influenza, na grande maioria dos casos, provoca sintomas leves, mas potencialmente pode se agravar. A vacina não descarta a possibilidade de a pessoa pegar a gripe, mas, se ela pegar (já vacinada), geralmente é de forma leve”, explica.

“A influenza é uma doença prevenível, mas que está com baixa cobertura vacinal pelo problema das fake news, que começou lá com a Covid e afeta até hoje toda a cadeia de vacinas”, detalhou o especialista.

Com informações O Tempo / Super Notícia (Adaptada).

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