Corpo de bebê que morreu horas após nascer é trocado por de outro neném e enterrado pela família errada, denuncia mãe, em Luziânia

Tamires Oliveira disse que, ao chegar ao SVO para reconhecer o corpo do filho, soube que ele já tinha sido enterrado. Caso é investigado pela Polícia Civil de Luziânia. 

Bebê Thaylor Gael Santos teve o corpo trocado no Serviço de Verificação de Óbito em Luziânia, segundo a mãe — (Foto: Arquivo Pessoal / Jhonatan Freire)

Uma mãe denuncia que o corpo do filho dela recém-nascido foi trocado no Serviço de Verificação de Óbito (SVO) em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal. Tamires Oliveira Santos, disse que, ao chegar ao SVO para reconhecer o corpo, soube que ele não estava mais lá. O caso é investigado pela polícia.

“Eu me dei alta pra dar um enterro digno pro meu filho, eu chego pra reconhecer o corpo do meu filho no SVO e meu filho não tá lá mais, meu filho já tá enterrado, foi enterrado por uma família que eu não sei quem é”, desabafou.

Em nota, a Prefeitura de Luziânia explicou que o reconhecimento dos corpos é feito exclusivamente pela família. Neste caso, a prefeitura disse que “uma das famílias fez o reconhecimento equivocado do corpo de uma das crianças, o que infelizmente causou todo o transtorno” (leia nota completa no fim da reportagem).

A mãe disse que o pequeno Thaylor Gael Santos nasceu no último sábado (21), prematuro, com 7 meses de gravidez. O menino morreu quatro horas após nascer e a certidão de óbito não detalhe a causa da morte.

À reportagem, Tamires contou que tentou reconhecer o corpo na última terça-feira (24), recebeu a informação que ele já havia sido liberado para outra família e demorou quatro horas para ter a confirmação da troca. Segundo Douglas Westphal, diretor do SVO, houve um engano na hora do reconhecimento.

“Nosso reconhecimento no SVO só é feito visualmente, a gente olha o corpo e reconhece. É muito mais simples quando é adulto, porque adulto você já tem o convívio e tudo mais, já conhece a pessoa. Mas duas crianças de 1,3 kg, mais ou menos, nascidas na mesma época, uma nasce morta e outra morre logo que nasce, a característica delas é muito parecida”, detalhou.

O caso foi registrado na Polícia Civil (PC) e será investigado no 1º Distrito Policial de Luziânia. O g1 pediu informações ao delegado que registrou o boletim de ocorrência, mas não teve detalhes sobre a investigação até a última atualização desta reportagem.

A reportagem apurou que a família que reconheceu o bebê por engano também procurou a delegacia. À polícia, a mãe do outro bebê disse que reconheceu o corpo visualmente, por um vidro, e prosseguiu com os procedimentos para o enterro, sem saber que não era seu filho.

A reportagem não localizou a mãe do outro bebê até a última atualização desta reportagem.

A reportagem, a família de Thaylor Gael disse que o advogado deles pediu a exumação do corpo para eles enterrarem da forma que deveria. Até a última atualização desta reportagem, a exumação e o novo enterro não haviam sido liberados.

Diferença entre SVO e IML

Como o SVO fica no mesmo prédio do Instituto Médico Legal (IML), em nota, a Polícia Científica explicou que o SVO é um órgão da saúde e de responsabilidade dos municípios, não tendo ligação com o instituto. A função de cada um dos órgãos também é diferente.

  • SVO: órgão da saúde, de responsabilidade do município, busca a causa de mortes naturais;
  • IML: órgão policial, de responsabilidade do Estado, busca a causa de mortes violentas ou suspeitas.

Nota Prefeitura de Luziânia

A Prefeitura de Luziânia, por meio da Secretara Municipal de Saúde, se solidariza com as famílias e lamenta profundamente o ocorrido. Todavia, esclarece que o reconhecimento do corpo de pessoas em óbito é realizado exclusivamente pela família. Especificamente, neste caso, uma das famílias fez o reconhecimento equivocado do corpo de uma das crianças, o que infelizmente causou todo o transtorno. A Prefeitura também comunica que está à disposição para prestar toda assistência necessária às famílias.

Com informações G1 Goiás. (Adaptada)

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