Catalão: MCP ocupa agência central da Caixa Econômica Federal em luta por moradia camponesa

MCP cobra agilidade na operacionalização do Programa do Governo Federal “Minha Casa Minha Vida” na área rural, e também, o feminismo camponês popular está também na pauta de reivindicação

(Foto: Zap Catalão)

Camponeses e camponesas organizadas no Movimento Camponês Popular (MCP) ocuparam na manhã desta quinta-feira, 7, a agência central da Caixa Econômica Federal, localizada na Avenida 20 de agosto, em Catalão. A ação envolve mais de 100 agricultores, que cobram o financiamento de moradias pelo Programa do Governo Federal “Minha Casa Minha Vida” na área rural, e reivindicam mudanças nas exigências de implementação do programa.

O Programa “Minha Casa, Minha Vida”, anunciado pelo governo Lula em meados de 2009, previa a construção de 1 milhão de novas casas para famílias com renda de até 10 salários mínimos. Os camponeses têm enfrentado inúmeras dificuldades na implementação do programa, e reivindicam mudanças no projeto.

Uma das principais reivindicações gira em torno da diferença no valor do subsídio para construção das casas. Para municípios com população de até 20 mil habitantes o subsídio é de 12 mil reais, e para municípios com população maior é de 15 mil. Para o MCP, esta diferença não se explica, e acaba tratando as famílias camponesas de forma desigual. O movimento propõe ainda o aumento do subsídio, uma vez que, mesmo o valor de 15 mil é insuficiente para construir uma moradia camponesa nas condições ideais de habitação.

Assista momento em que fazem a ocupação na agência da Caixa, em Catalão:


Os camponeses querem também uma forma mais simplificada de comprovação de posse da terra. No campo, muitas famílias utilizam a terra que ainda está em nome do avô ou bisavô, e o programa exige que o beneficiário seja o proprietário da terra, ou parente de 2º grau. Como o governo não resolve os problemas fundiários de legalização das terras, o direito de acesso de milhões de famílias camponesas ao programa fica limitado.

O MCP cobra ainda maior agilidade na operacionalização do Programa, e denuncia que o corpo de funcionários da Caixa Econômica é pequeno diante da demanda do Programa, fazendo com que os processos caminhem com muita lentidão.

Outras questões como o feminismo camponês popular estão também na pauta de reivindicação. O movimento busca também incluir, nos debates sobre igualdade de gênero, os diferentes segmentos de mulheres rurais, como indígenas, quilombolas, além das próprias sem-terra, entre outras. As militantes entendem que, vivendo no campo, essas mulheres precisam se debruçar sobre suas particularidades.

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