Pesquisa realizada pelo IBGE considerou variáveis como área colhida, produção, valor da produção das lavouras e rendimento; Catalão ocupa 81º lugar no ranking.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) identificou os 100 municípios mais ricos do Brasil no agronegócio – e Catalão está entre eles, ocupando o 81º lugar no ranking nacional. A análise foi feita a partir da pesquisa anual da Produção Agrícola Municipal do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PAM/IBGE). A pesquisa englobou os dados da produção agrícola municipal, referentes a 2022, levando em conta variáveis como área colhida, produção, valor da produção das lavouras e rendimento, em 5.563 municípios.

Catalão conta com R$ 1.457.161 de produção, o equivalente a 0,18% da produção nacional. De acordo com a professora do curso de Agronomia da Faculdade Una, Flívia Fernandes de Jesus Souza, o sucesso do município está vinculado a uma série de fatores, como a localização da cidade. “Catalão está localizada em uma área estratégica, próxima de centros urbanos, o que facilita a aquisição de insumos e o escoamento da produção, e conta com muitos núcleos educacionais, como a Faculdade Una, o que facilita o acesso às novas tecnologias e à mão-de-obra qualificada”, explica.

O clima favorável em Catalão e o relevo plano da cidade também foram fatores de destaque elencados pela professora. “Nós temos duas estações bem-definidas na cidade: a estação chuvosa e a estação seca. Isso permite duas safras bem definidas: a primeira e a segunda safra e, dependendo do cultivo, até uma terceira safra. Também temos uma região plana, principalmente na área da Chapada, o que facilita a utilização de maquinários e de uma agricultura tecnológica. Além disso, contamos com cultivos diversificados, com soja, milho, feijão, arroz e muito mais”, esclarece.

E por falar em cultivos diversificados, Flívia indica a agricultura irrigada como um caminho bastante promissor para os produtores rurais. “A agricultura irrigada permite uma maior diversificação de cultivos, como batata e hortifruti, o que traz benefícios para dentro da porteira. Com ela, o produtor diminui os riscos causados pelas mudanças climáticas, como as causadas pelo fenômeno do El Niño, causando diminuição das chuvas. E, para fora da porteira, a agricultura irrigada atrai a chegada de agroindústrias, aumentando a disponibilidade de empregos para a comunidade”, elucida.

Por fim, como potencialidade de Catalão, a professora também cita a utilização de pesquisas e inovação pelas grandes empresas – que estão muito presentes na cidade, especialmente as de fertilizantes e as de fortalecimento de tecnologias. “Nós, dos núcleos educacionais, estamos próximos dos pequenos produtores e das grandes empresas, o que nos mostra os gargalos que eles vêm enfrentando, e isso impulsiona os professores e os alunos a realizarem pesquisas e fornecerem tecnologias voltadas para a resolução desses problemas”, explicita.

A professora do curso de Agronomia da Faculdade Una, Flívia Fernandes de Jesus Souza, é graduada em Engenharia Agrônoma e Mestre em Engenharia Agrícola pela Universidade Estadual de Goiás (UEG) e Doutora em Agronomia (2017) pela Universidade de Brasília (UnB). Desenvolve pesquisas na área de tecnologia e produção de sementes, testes de qualidade de sementes e pré-processamento de produtos agrícolas e armazenamento.

No topo da lista dos 100 municípios mais ricos, encontram-se Sorriso, Campo Novo do Parecis e Sapezal, todos em Mato Grosso, com participação expressiva na produção brasileira de algodão, milho e soja. Goiás tem 14 cidades no ranking, sendo elas, por ordem de classificação: Rio Verde, Jataí, Cristalina, Mineiros, Montividiu, Paraúna, Chapadão do Céu, Santa Helena de Goiás, Catalão, Goiatuba, Silvânia, Bom Jesus de Goiás, Acreúna e Quirinópolis. A maior parte das cidades ranqueadas no Estado integram a mesorregião do Sul Goiano.

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