Catalano é apontado pela AGU como sendo um dos financiadores dos atos golpistas 

Goiás tem dois nomes em lista de financiadores; Y. G. e R. da S. foram citados em cautelar da AGU como supostos responsáveis por arcar com transporte de golpistas a Brasília no dia 8

(Foto: Reprodfução)

Y. G., de Rio Verde, e R. da S., de Catalão, estão entre possíveis financiadores do transporte de golpistas a Brasília no último domingo (8), colaborando para os ataques contra os edifícios do Congresso Nacional, Supremo Tribunal Federal (STF) e Palácio do Planalto. Com endereços em cidades de Goiás, os dois são citados em lista divulgada, nesta quinta-feira (12), pela da Advocacia-Geral da União (AGU), que possui o total de 59 nomes, entre pessoas físicas e empresas.

A lista consta em pedido de medida cautelar feito pela AGU à Justiça Federal do Distrito Federal para que sejam bloqueados R$ 6,5 milhões dos citados. O objetivo é que esses recursos sejam usados para cobrir o prejuízo provocado pelo quebra-quebra em órgãos públicos.

Y. G tem 53 anos e é caminhoneiro. A reportagem, ele confirmou que esteve em Brasília no dia 8, mas negou que tenha ajudado a financiar o transporte. Ele diz que foi à capital federal a convite de um primo, em viagem livre de qualquer despesa com deslocamento e alimentação. Ele conta que chegou a subir a rampa do Congresso Nacional, mas decidiu sair do local em meio a “uma bagunça” com “tiros de efeito moral”.

O caminhoneiro afirmou ainda que não assinou qualquer documento para entrar no ônibus e apenas informou seu CPF por telefone para ser incluído na caravana. O mesmo disse também que não conhece o responsável pelo ônibus e não assinou qualquer documento. Como seu ônibus ficou apreendido em Brasília, Y. G. disse que voltou a Rio Verde de carona com um conhecido de seu primo, mas não citou nomes.

Quanto à acusação de financiamento de golpistas, o caminhoneiro disse que não fez a contribuição. “Estou surpreso. Tenho que ver como me defender. Não banquei nada, não financiei nada, nem dinheiro para isso eu tenho”, afirmou.

Posição política

Y. G. confirmou ser apoiador de Jair Bolsonaro (PL), mas não respondeu de forma clara quando questionado sobre como avalia a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na disputa pela presidência. “É eles que têm que saber. Não posso falar nada”, disse. Nas redes sociais, o caminhoneiro faz postagens com críticas e desinformação relacionadas a Lula. Há também publicações em que demonstram apoio a Bolsonaro. “Vai ser de lavada”, escreveu Y. em legenda de imagem, postada no dia 28 de outubro de 2022, que traz o nome e o número de urna do ex-presidente.

A publicação de desinformação é evidenciada pelo alerta da própria plataforma de que o conteúdo foi checado com verificadores independentes e classificado como falso. Entre os temas dessas postagens estão o boato de que Lula não poderia ser diplomado presidente e conteúdo falso sobre fraude nas urnas.

Y. G. foi beneficiário de auxílio emergencial, pago pelo governo federal durante a pandemia para pessoas em vulnerabilidade social. O caminhoneiro recebeu cinco parcelas do benefício de R$ 600 em 2020.

Apesar de o endereço de R., citado no documento da AGU, ser de Catalão, a TV Anhanguera foi ao local, mas encontrou outro morador que disse não conhecer o possível financiador. O CPF de R. da S., como o de Y., aparece na lista de contemplados pelo auxílio emergencial. Ele recebeu R$ 5.250 do benefício federal.

No entanto, no seu registro no auxílio emergencial o endereço registrado é de Uberlândia, em Minas Gerais. A reportagem não conseguiu contato com Rafael ou com o morador da localização de Catalão, citada no documento.

Responsabilidade

No pedido à Justiça Federal, a AGU argumentou que os citados tiveram papel decisivo no desenrolar dos ataques ocorridos no dia 8 e, portanto, devem responder pelos danos causados ao patrimônio público federal. A AGU elaborou a lista de supostos responsáveis a partir da relação de mais de 80 ônibus citados em decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes, que determinou a apreensão de veículos que levaram golpistas a Brasília.

“A aglomeração de pessoas com fins não pacíficos só foi possível graças ao financiamento e atuação das pessoas listadas no polo passivo, o que culminou nos atos de vandalismo às dependências dos três Poderes da República. E sob esse aspecto é de se ressaltar que tais pessoas possuíam plena consciência de que o movimento poderia ocasionar o evento tal como vimos”, diz o documento.

*Com informações de O Popular (Adaptada)

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