Alunos da Universidade Federal de Catalão (UFCat) lança projeto que atua na divulgação de informações sobre o cerrado

Alunos e professores de Goiás divulgam informações sobre o segundo maior bioma do Brasil; linguagem simples e direta facilita compreensão do conteúdo.

Alunos e professores elaboram posts semanais sobre a diversidade de espécies do Cerrado — Foto: Divulgação/ConserVamos Cerrado

O que é o que é? Tido como o segundo maior bioma do Brasil, ocupa 22% do território nacional e abriga as nascentes das três maiores bacias hidrográficas da América do Sul. Com uma diversidade grande de espécies endêmicas, considerado hotspot mundial de biodiversidade – área natural que possui uma grande diversidade ecológica e que está em risco de extinção; o Cerrado ainda é desconhecido por muitos brasileiros.

Por isso, um grupo de alunos da Universidade Federal de Catalão (UFCat) fundou o “ConserVamos Cerrado”, projeto que atua na divulgação de informações sobre o bioma. “Inspirados pelas aulas de Biologia da Conservação, os alunos passaram a discutir sobre a perda acelerada da biodiversidade do Cerrado e o desconhecimento de grande parte da sociedade sobre o valor biológico, geográfico e cultural deste bioma. Era uma constante preocupação deles”, conta a professora de Ciências Biológicas da UFCat, Fernanda Cavalcanti.

Hoje o grupo conta com 12 integrantes, entre professores, alunos e ex alunos — Foto: Divulgação/ConserVamos Cerrado

O que era uma iniciativa entre colegas se tornou projeto de extensão na faculdade, em 2018, e hoje é tido como uma grande missão. “O objetivo central é divulgar conhecimento científico sobre o Cerrado, com informações da diversidade de espécies da fauna, flora e da cultura, através de uma linguagem simples e descomplicada para as diversas camadas da sociedade”, explica a coordenadora do projeto, que destaca o uso das plataformas digitais como base de divulgação.

“Queremos colaborar com a conservação e o uso sustentável dos recursos naturais desse bioma e encontramos no ambiente virtual acesso fácil e gratuito para a divulgação das informações”, completa.

— Mariela Cordeiro, professora e coordenadora do projeto

O grupo, formado por professores, alunos de graduação e de pós-graduação e ex-alunos do curso de Ciências Biológicas da UFCat, elabora todo o conteúdo que é publicado semanalmente nas redes sociais. “Os temas mais abordados são sobre a fauna, a flora, as unidades de conservação e os fenômenos naturais do Cerrado. Buscamos ser claros e objetivos, de maneira que o conteúdo possa ser compreendido por pessoas que não estão ligadas à academia”, comenta a professora Mariela Cordeiro, que também coordena o projeto.

A especialista destaca ainda a preocupação com a divulgação do material. “Para que a fonte de informação seja sempre segura, a equipe se reúne mensalmente e divide os temas que serão abordados. Os textos finais e as imagens veiculadas são revisadas pelos professores antes da publicação. Nós também sempre citamos as fontes utilizadas nas pesquisas para que os seguidores possam buscar por referências complementares”, diz.

Diante do conhecimento esperamos que o projeto se torne referência em divulgação científica sobre o Cerrado para contribuir com a valorização e, com isso, proteção da biodiversidade do bioma

— Mariela Cordeiro, professora e coordenadora do projeto

 

O conteúdo é publicado semanalmente nas redes sociais do projeto — Foto: Divulgação/ConserVamos Cerrado

Depois de um ano e meio de atuação, as páginas do “ConserVamos Cerrado” somam quase três mil seguidores. “Parece um número pequeno perto de outras páginas e mídias sociais, mas considerando que o tema de forma geral não tem apelo midiático e que as páginas do projeto foram criadas há pouco tempo, podemos considerar um grande número”, comemora o professor do departamento de Ciências Biológicas da Universidade, Frederico Lemos, que ressalta a importância das ferramentas digitais para o sucesso do projeto.

“Esse ambiente virtual está cada vez mais presente no dia a dia das pessoas e a tendência é que a inclusão digital seja global em poucos anos. A ideia é que essa inclusão pode, e deve, ter o papel de incentivar, auxiliar e fomentar iniciativas em prol da conservação da biodiversidade, incluindo o uso das redes sociais como facilitador do acesso às informações científicas, antes restritas aos ambientes acadêmicos”, completa.

Esse projeto tem orgulhado muito os professores que fazem parte da equipe: a consciência demonstrada pelo grupo alunos, responsáveis em usar seus potenciais intelectuais e criativos para beneficiar a natureza, o próximo e o globo, são qualidades que todos deveriam ter

O projeto conta ainda com palestras para alunos do ensino fundamental e ensino médio — Foto: Divulgação/ConserVamos Cerrado

Da internet às ruas de Cumari (GO)

Inspirados em divulgar informações científicas em prol da conservação do Cerrado, os integrantes do grupo organizam também palestras interativas em escolas do município de Cumari (GO). “Atuamos com estudantes do nono ano do ensino fundamental e alunos do ensino médio. Também realizamos atividades de divulgação científica e do projeto através de palestras em eventos acadêmicos e eventos aberto à população de forma geral. Em todos esses ambientes abordamos temas transversais sobre a biodiversidade e os problemas socioambientais do Cerrado”, finaliza Frederico.

Com informações do G1

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